O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, pediu uma série de benefícios para fechar acordo de delação premiada com a Polícia Federal. As informações foram divulgadas no documento com os depoimentos do militar, cujo sigilo foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta (19).
Cid pediu que suas condenações pelos crimes sejam perdoadas ou que a pena de prisão seja de no máximo 2 anos, que seus bens e valores apreendidos sejam restituídos, que os benefícios sejam estendidos ao seu pai, esposa e filha mais velha, e que a Polícia Federal garanta a segurança de sua família.
Os benefícios são concedidos ao longo do tempo e pode ser revogados se o acordo for rescindido. Caso seja identificada alguma violação por parte do delator, as medidas podem ser anuladas e as informações prestadas continuam válidas para a Justiça.
Em troca dos benefícios, Cid se comprometeu a “todos os crimes que praticou, participou ou tenha conhecimento”, falar a verdade “incondicionalmente em todas as investigações”, cooperar com a Polícia Federal na análise de documentos e provas, reconhecimento de pessoas e auxiliar peritos.
A Justiça ainda solicitou o comprometimento de Cid para entregar “todos os documentos, papéis, escritos, fotografias, gravações de sinais de áudio e vídeo, banco de dados, arquivos eletrônicos, senhas de acesso etc.” e indicar o nome e os contatos de qualquer pessoa que tenha provas ou elementos úteis para os inquéritos.
O acordo de delação ainda previa que Cid contatasse a Polícia Federal se fosse acionado por qualquer investigado e que ele se afastasse de “toda e qualquer atividade criminosa, especificamente não vindo mais a contribuir, de qualquer forma, com as atividades da organização criminosa investigada”.
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