
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, apresentou representações contra dois servidores do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por terem realizado uma manifestação em frente ao prédio da instituição, no centro da capital paulista, no dia 13 de fevereiro. Com informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
Os servidores reivindicavam reajuste salarial e criticaram os penduricalhos pagos aos promotores. As representações foram protocoladas no último dia 28.
Durante o protesto, o servidor Leandro Trombini Avancini afirmou que Costa deixava de praticar atos de ofício contra a Polícia Militar e o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para garantir sua recondução ao cargo. Costa foi nomeado por Tarcísio em 2024.

Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público de São Paulo (Sindsemp-SP), Ticiane Lorena Natale, o procurador-geral de Justiça e seu antecessor, Mario Luiz Sarrubbo, “com o apoio do governador, usam todo o dinheiro, toda a verba do Ministério Público, quase toda a verba, para enriquecer, para seus próprios bolsos”.
Costa entrou com uma representação criminal contra Avancini por calúnia. Além disso, o procurador pediu em outra ação que sejam adotadas medidas administrativas e disciplinares contra Avancini e Ticiane.
Em nota, a Procuradoria-Geral de Justiça disse que as medidas cabíveis devem ser tomadas contra os dois servidores, “já que a justa reivindicação por reajuste de vencimentos não autoriza ninguém a, de maneira totalmente infundada, atribuir crimes ao chefe do MPSP ou a quem quer que seja.”
Ticiane, por sua vez, classificou a ação como perseguição aos servidores. “Ainda não fui intimada, mas esta representação é um ataque à liberdade sindical. Foram feitas críticas genéricas ao Ministério Público e não para o PGJ”, afirmou.
“Estávamos protestando pedindo a correção do salário, que está defasado em 30% pelo menos. Enquanto os promotores vão receber penduricalhos que vão custar R$ 1 bilhão ao orçamento do Ministério Público”, acrescentou.
Avancini ainda não se manifestou sobre a representação.