
O senador Alexandre Giordano (MDB-SP) utilizou recursos da cota parlamentar para custear uma série de despesas durante uma viagem de 13 dias à praia da Almada, em Ubatuba (SP), entre 27 de dezembro de 2023 e 9 de janeiro de 2024. Entre os gastos, destacam-se refeições em restaurantes sofisticados, como um camarão na moranga de R$ 468 e um cambucu de estralas de R$ 313, além de abastecimentos de combustível que somaram R$ 1,7 mil. A conta total da viagem chegou a R$ 5,1 mil, pagos com dinheiro público.
Segundo um levantamento do Uol, no dia 3 de janeiro, por exemplo, o senador fez duas refeições em um famoso bar pé na areia. Às 16h02, ele consumiu duas porções de camarão na moranga, lula à dorê, batatas fritas, água e refrigerante, totalizando R$ 1.189.
Poucas horas depois, por volta das 19h, outro restaurante vendeu 11 esfirras, sete quibes, cinco sucos naturais, uma cerveja e uma caipirinha de cachaça, fechando a conta em R$ 369. Apesar de bebidas alcoólicas não poderem ser custeadas com verba pública, o restante das despesas foi incluído na prestação de contas de Giordano ao Senado.
A sequência de refeições pagas com dinheiro público durante o recesso parlamentar incluiu pratos como palmito assado (R$ 70), sushis e peixes, como o abadejo. Além disso, o senador registrou gastos com supermercado, como a compra de pão de forma, pão francês e iogurte, totalizando R$ 103 no dia 28 de dezembro. Os abastecimentos de combustível, distribuídos em cinco notas, somaram R$ 1,7 mil.
Questionado sobre que tipo de atividade parlamentar justificaria os gastos durante a viagem de fim de ano, Giordano não forneceu explicações.
Por meio de sua assessoria, o senador afirmou que “sua atividade se destaca como uma das mais econômicas do Senado Federal” e que “todas as prestações de contas apresentadas estão perfeitamente de acordo com as normas impostas pelo Senado Federal”. Ele também destacou que é o senador paulista que menos utilizou cota de recursos parlamentares nos últimos anos.

Giordano assumiu o mandato no Senado em março de 2021, após a morte do senador bolsonarista Major Olimpo (PSL), vítima da Covid-19.
Empresário da zona norte de São Paulo, ele não está entre os parlamentares com os mandatos mais caros do Senado, mas suas despesas com alimentação e combustível estão acima da média da Casa. Em 2023, o senador gastou R$ 299 mil da cota parlamentar, sendo que 75% foi destinado a esses tipos de gastos. A média entre os colegas é de 24%.
Em 2024, o Metrópoles revelou que, em 12 meses, Giordano gastou R$ 145,4 mil da cota parlamentar para abastecer quase 25 mil litros de combustível em postos de São Paulo. Esse volume seria suficiente para dar cinco voltas na Terra ou cruzar o Brasil, do Oiapoque ao Chuí, 45 vezes. A maior parte dos gastos com combustível foi no Auto Posto Mirante, na zona norte de São Paulo, base eleitoral do senador, e no Auto Posto Irmãos Miguel, em Morungaba, a 480 km da capital.
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