
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a base do governo está mapeando a quantidade de parlamentares que poderiam apoiar o projeto de lei da anistia aos bolsonaristas condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Segundo o petista, cerca de 200 deputados têm o perfil alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, portanto, tenderiam a apoiar a proposta ou a urgência de sua votação.
“Não adianta dizer que não tem essa possibilidade [de pautar a anistia], porque a articulação deles é muito pesada, é uma matéria arriscada e estamos mapeando os votos. Estamos mapeando algo em torno de 200 deputados que poderiam votar favoráveis”, disse o deputado federal em entrevista ao jornal Globo.
“Os deputados acabariam votando de acordo com as eleições do ano que vem, porque o deputado conservador não quer perder o seu eleitor”, acrescentou.
Lindbergh destacou que um dos argumentos a ser usado para evitar o apoio de deputados de partidos de centro ao projeto de lei será o risco de instabilidade institucional e provocação ao Judiciário.

“Vamos fazer uma argumentação com os partidos de centro, de que a Casa não pode entrar nessa, estaríamos instaurando uma grave crise institucional no país. Estamos estudando os remédios jurídicos para antes ou depois de ser aprovado”, afirmou.
“Essa lei da anistia é inconstitucional, uma interferência indevida no Poder Judiciário e fere a independência dos Três Poderes, que está no artigo segundo da Constituição. Estou convencido que é inconstitucional”, apontou Lindbergh.
O parlamentar ainda disse ser “criminoso” que os deputados usem seus poderes para interferir em um julgamento. Bolsonaro poderá ser beneficiado caso a anistia seja concedida aos réus por tentativa de golpe de Estado.
“Seria um instrumento legislativo usado para prejudicar um julgamento”, declarou.