Pastor é alvo da Operação Purificação após escândalo de desvio milionário de bens na igreja PROIDE

Atualizado em 1 de abril de 2025 às 21:37
pastor Samuel Bello pregando, segurando microfone, sem olhar para a câmera, sério
O ex-pastor Samuel Bello – Reprodução/YouTube

A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou na segunda-feira (31) a Operação Purificação, com foco em apurar denúncias de falsidade ideológica, abuso de poder e desvio de bens na antiga liderança da igreja Projeto IDE (PROIDE), localizada em Cabo Frio, na região dos lagos do Rio de Janeiro.

A investigação, segundo o Fuxico Gospel, tem como principais alvos o ex-pastor Samuel Bello e sua advogada Joice Alves Nunes, ambos já indiciados criminalmente.

Esquema de manipulação e desvio de bens

De acordo com as apurações, Samuel Bello teria fraudado assembleias para assumir a presidência da PROIDE. Uma vez no comando, ele teria se beneficiado financeiramente do patrimônio da instituição. Entre os bens supostamente desviados estão imóveis, embarcações e itens de luxo.

Diante das evidências, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1 milhão em bens dos acusados. Além disso, o religioso e a advogada foram afastados da administração da igreja, tiveram os passaportes retidos e os sigilos telefônicos quebrados, além de estarem proibidos de se aproximar dos bens da instituição.

Igreja Projeto IDE (PROIDE), em Cabo Frio, em foto feita à noite, fachada da instituição, com pessoas na frente
Igreja Projeto IDE (PROIDE), em Cabo Frio – Arquivo/PROIDE

O passado da PROIDE e o impacto das denúncias

Fundada em 1997, a PROIDE teve forte atuação social na região dos lagos e chegou a administrar escolas particulares e unidades religiosas em outros estados. No entanto, relatos de abuso psicológico, controle excessivo sobre fiéis e autoritarismo culminaram no encerramento das atividades em 2022.

O advogado Jeferson Brandão, que acompanha o caso, enfatizou que esta operação representa o início do fim dos abusos religiosos e do enriquecimento indevido de líderes religiosos. Ele também destacou a necessidade de uma nova gestão:

“A arrogância, tirania e abusos religiosos destruíram todo o trabalho. Eu apoio totalmente que essa instituição retorne com nova liderança. Caso contrário, a liquidação, com leilão dos bens, seria o único caminho”.

A Justiça estabeleceu um prazo de 10 dias para a realização de uma nova assembleia, que será responsável por eleger uma nova diretoria. Até o momento, o ex-pastor Samuel Bello não se manifestou oficialmente sobre as acusações e a operação.

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