Governo Lula estuda se aliar a outros países para reagir ao “tarifaço” de Trump

Atualizado em 2 de abril de 2025 às 12:53
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante discurso na Casa Branca, em março. Foto: Saul Loeb/AFP

O governo Lula avalia se aliar a outros países ou blocos econômicos para reagir ao “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A equipe do petista entende que a resposta ao republicano não precisa ser imediata e que será necessário algum tempo para estudar os potenciais efeitos das taxas propostas pelo americano.

Segundo a coluna de Letícia Casado no UOL, o governo brasileiro não deve subir o tom inicialmente, mas tentar negociar de maneira calma e discreta. Integrantes da gestão petista afirmam que não havia uma forma de como se preparar para as medidas dos Estados Unidos porque o país não informou o que seria alvo de tarifa e quem seria atingido.

Para se preparar para o “tarifaço”, autoridades brasileiras precisariam saber se o aumento seria linear, para todos os produtos exportados pelo Brasil, ou pontual, para apenas alguns; quando a medida entraria em vigência; o percentual do imposto; o prazo; se existiria brecha para negociação; e se tudo entraria em vigor no mesmo dia.

O presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os ministérios do Desenvolvimento de Indústria (MDIC) e da Fazenda, além do Itamaraty, têm desenhado potenciais cenários com as tarifas e discutido quais setores podem aumentar as taxas para produtos americanos comprados no Brasil.

Uma fonte do alto escalão afirma que o governo tenta se planejar “sem carregar ilusão de que estaríamos fora do tiroteio”. “Não dá para cair na espiral de instabilidade do Trump”, afirma.

A dificuldade de retaliar os Estados Unidos passa pela necessidade de evitar setores e produtos que podem inflacionar a economia local. O petróleo, por exemplo, acabaria gerando um aumento do preço dentro do próprio país.

O Senado Federal aprovou, nesta terça (1º), um projeto que permite retaliação comercial do Brasil a países ou blocos econômicos. O texto deve ser levado à Câmara dos Deputados ainda hoje e é importante para que o governo formalize uma eventual aplicação de tarifas sobre os EUA.

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