Os prós e os contras do “tarifaço” de Trump, que começa a valer neste sábado (5)

Atualizado em 5 de abril de 2025 às 8:56
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Divulgação

As novas tarifas de importação anunciadas por Donald Trump entram em vigor neste sábado (5) e prometem provocar impacto global. Entre os alvos do chamado “tarifaço” está o Brasil, que terá alíquotas de 10% sobre todos os produtos exportados aos Estados Unidos.

No total, mais de 180 países e regiões serão afetados, incluindo China (34%), União Europeia (20%), Coreia do Sul (25%) e Japão (24%). A medida foi anunciada na última quarta-feira (2), durante um discurso do ex-presidente republicano intitulado como o “Dia da Libertação”.

Segundo Trump, o objetivo é “declarar a independência econômica dos EUA” ao reduzir a dependência de produtos estrangeiros e priorizar o consumo interno. “É a nossa declaração de independência econômica”, afirmou Trump ao anunciar as tarifas.

O ex-presidente tem defendido políticas protecionistas como forma de fortalecer a indústria nacional, gerar empregos e reduzir o déficit comercial dos EUA. Além disso, Trump também enxerga as tarifas como instrumento de barganha diplomática, especialmente em temas como segurança nas fronteiras e combate ao tráfico de drogas.

Entre os argumentos apresentados a favor das tarifas, o governo de Donald Trump defende que a medida pode fortalecer a indústria nacional ao incentivar o consumo de produtos fabricados nos Estados Unidos. Além disso, as tarifas são vistas como uma estratégia para reduzir o déficit comercial com países como China, México e Canadá, aumentando a competitividade dos produtos americanos.

Outro ponto destacado é o potencial de elevação na arrecadação fiscal por meio dos impostos de importação. Por fim, o tarifaço também é utilizado como instrumento de pressão diplomática para negociar acordos comerciais mais vantajosos para os interesses dos EUA.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciando tarifaço em 2 de abril de 2025. Foto: Divulgação

Apesar do discurso positivo de Trump, economistas e analistas de mercado alertam para os efeitos colaterais negativos das novas tarifas. O principal risco apontado é o de pressão inflacionária dentro dos próprios Estados Unidos.

Entre os principais argumentos contrários às tarifas impostas por Donald Trump, especialistas apontam o risco de aumento nos preços de bens e serviços nos Estados Unidos, resultado do encarecimento dos insumos importados. Além disso, há dúvidas sobre a capacidade da indústria local de suprir a demanda interna, o que pode gerar escassez de produtos.

Outro efeito esperado é a pressão sobre o Federal Reserve para manter os juros elevados, o que tende a desacelerar ainda mais a economia americana. Por fim, cresce o temor de uma possível recessão nos EUA, com reflexos negativos nos mercados globais.

De fato, as reações já começaram. Após o anúncio das tarifas, os principais índices das bolsas nos EUA, Europa e Ásia registraram quedas significativas. A China, por exemplo, já respondeu às medidas americanas, com o aumento da tarifa para 34% sobre produtos dos EUA.

Para o Brasil, a tarifa de 10% sobre todas as exportações deve afetar setores como agronegócio, siderurgia e manufaturados. Além de prejudicar o comércio bilateral, a medida pode gerar efeito cascata sobre o câmbio e encarecer produtos importados e insumos industriais.

Analistas brasileiros avaliam que o tarifaço de Trump, se mantido, pode exigir revisões na política cambial e monetária. Caso o dólar se fortaleça globalmente, o Brasil pode ter que elevar juros para conter a inflação e estabilizar a moeda.

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