Tarifaço dos EUA entra em vigor, e Trump pede para americanos ‘aguentarem firme’

Atualizado em 5 de abril de 2025 às 15:55
Donald Trump mostra países afetados pelo tarifaço, com China liderando a lista, durante evento na Casa Branca, na última quarta (2). Foto: Brendan Smialowski/AFP

Em meio a críticas internacionais e perdas no mercado financeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou neste sábado seu pacote de tarifas contra países de todo o mundo. “Aguentem firme, não será fácil, mas o resultado final será histórico”, declarou o republicano em sua plataforma Truth Social, sinalizando que sua “revolução econômica” deve trazer empregos e crescimento ao país.

Desde o último sábado, passou a valer a tarifa mínima de 10% sobre a maior parte dos produtos importados pelos EUA, somando-se a encargos já existentes. Alguns itens, como petróleo, gás, ouro, prata e semicondutores, estão isentos. A política de Trump, contudo, permanece rígida para o aço, alumínio e automóveis, que já sofrem sobretaxas de 25%. O republicano argumenta que as medidas incentivam o combate à migração ilegal e ao tráfico de fentanilo por parceiros comerciais como Canadá e México, integrantes do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC).

No próximo dia 9 de abril, o governo americano promete aumentar ainda mais os impostos para países que exportam mais do que importam, incluindo a China, a União Europeia (UE), o Vietnã, o Japão e a Nicarágua, entre outros. “A China errou, entrou em pânico. A única coisa que eles não podem fazer”, escreveu Trump, em letras maiúsculas, em referência à reação dos chineses, que responderam anunciando tarifas adicionais de 34% sobre produtos americanos a partir de 10 de abril.

As retaliações da China, somadas a outras incertezas, derrubaram as bolsas de valores, evaporando trilhões de dólares dos mercados. Mesmo assim, Trump se mantém firme em sua postura. “Para os muitos investidores que vêm para os Estados Unidos e investem grandes quantias de dinheiro, minhas políticas nunca mudarão. Este é um ótimo momento para ficar rico, mais rico do que nunca!!!”, postou ele, novamente em letras maiúsculas.

Tabela mostra quais países vão sofrer com “tarifaço” de Donald Trump. Foto: Reprodução

Especialistas financeiros, como o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertam que as altas tarifas podem aumentar a inflação e frear o crescimento da economia americana. Já Rebeca Grynspan, secretária-geral da UNCTAD, destaca que os efeitos mais graves recairão sobre as populações mais vulneráveis, sugerindo que a escalada nas sobretaxas “atingirá mais fortemente os vulneráveis e os pobres”.

Apesar dessas preocupações, Trump continua assegurando que o “resultado histórico” chegará em breve. Em sua visão, a pressão exercida pelas tarifas levará outros países a fazerem concessões comerciais vantajosas aos Estados Unidos, além de supostamente fortalecer a indústria e a classe trabalhadora norte-americana. Enquanto isso, analistas temem que a guerra comercial declarada pelo republicano provoque mais turbulência e incertezas na economia global.

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