
As bolsas europeias enfrentaram uma segunda-feira (7) assustadora com quedas históricas após o anúncio das novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos. O índice pan-europeu STOXX 600 registrou queda de 5,8%, o pior desempenho desde a crise da COVID-19, refletindo o temor dos investidores com uma possível recessão global imposta pelo “tarifaço” de Donald Trump.
Os principais mercados do continente foram duramente atingidos:
– Frankfurt (DAX): -6,6%
– Paris (CAC 40): -6,19%
– Londres (FTSE 100): -5,83%
– Madri (IBEX 35): -3,6%
– Milão (FTSE MIB): -2,32%
O setor bancário foi um dos mais castigados, com perdas de até 10% nos principais bancos europeus. O Commerzbank e o Deutsche Bank na Alemanha, assim como o Credit Agricole e o BNP Paribas na França, lideraram as quedas. O índice de ações bancárias acumula agora queda superior a 20% em relação ao seu pico recente, caracterizando tecnicamente um mercado em baixa.
A indústria de defesa também sofreu golpes severos. A Rheinmetall, fabricante alemã de tanques, despencou 23,7%, enquanto Hensoldt e Renk registraram quedas entre 17% e 21%.
“Europeus e asiáticos estão morrendo de vontade de fazer um acordo”, declarou Trump a bordo do avião presidencial dos EUA Air Force One, minimizando os impactos das tarifas que chamou de “Dia da Libertação”.

A União Europeia prepara uma resposta unificada às medidas protecionistas. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que o bloco está pronto para defender seus interesses com “contramedidas proporcionais”, que poderão atingir até US$ 28 bilhões em importações estadunidenses. “A UE trabalhará com parceiros para esse fim”, declarou Von der Leyen.
O clima de incerteza levou os traders a revisarem suas expectativas para a taxa de depósito do Banco Central Europeu, que agora é precificada em 1,70% para dezembro, abaixo das estimativas anteriores. Analistas alertam que, sem uma rápida desescalada, o mundo poderá entrar em uma nova fase de retração econômica, com efeitos severos sobre as cadeias produtivas globais.
O impacto das tarifas americanas já se estende para além da Europa. Na Ásia, um índice de ações bancárias japonesas registrou queda de até 17%, enquanto mercados emergentes também enfrentam pressão sobre suas moedas e títulos públicos.
O cenário atual reacende os temores do protecionismo agressivo que marcou o primeiro mandato de Trump, colocando em risco o sistema multilateral de comércio.
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