Bolsas asiáticas caem após ‘tarifaço’ de 104% dos EUA contra a China

Atualizado em 9 de abril de 2025 às 6:39
Bolsa de valores na Ásia. Foto: Divulgação

As principais bolsas de valores da Ásia abriram em forte queda nesta quarta-feira (9) após a entrada em vigor das novas tarifas de 104% impostas pelos Estados Unidos à China, marcando um novo capítulo da escalada comercial entre as duas potências.

Por volta das 22h30 (horário de Brasília), as principais bolsas asiáticas registravam quedas expressivas. O índice Hang Seng, de Hong Kong, caía 4%, enquanto o CSI 1000, da China, recuava 5%. No Japão, o Nikkei 225 registrava baixa de 3,65%, e o Kospi, da Coreia do Sul, apresentava queda de 1,02%.

As novas tarifas foram confirmadas na véspera pela Casa Branca, após o prazo para que a China desistisse da retaliação terminar sem acordo. O presidente Donald Trump havia estabelecido o limite até as 13h de terça-feira (8), mas o governo chinês manteve sua posição firme, afirmando que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.

Trump, por sua vez, declarou acreditar que Pequim aceitará um acordo, mesmo após a aplicação das sanções. A tarifa de 104% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos chineses foi resultado de uma escalada gradual de sanções comerciais. Inicialmente, já havia uma alíquota de 10%, à qual foi somada outra taxa de 10% em fevereiro.

Em 2 de abril, o governo norte-americano anunciou mais 34% dentro do plano de “tarifas recíprocas”. Após a retaliação da China, a Casa Branca respondeu com um aumento adicional de 50%, totalizando assim os atuais 104% de tarifas sobre as importações chinesas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o anúncio de países afetados pelo tarifaço na Casa Branca. Foto: Divulgação

O impacto não ficou restrito à Ásia. A bolsa de Nova York fechou em baixa na terça-feira (8), com o índice S&P 500 caindo abaixo dos 5.000 pontos pela primeira vez em quase um ano. Só neste dia, os mercados americanos perderam US$ 852 bilhões em valor de mercado, segundo a consultoria Elos Ayta.

Desde 20 de janeiro, quando Trump assumiu o poder, as perdas acumuladas nas bolsas dos EUA já somam US$ 10,8 trilhões.

As sete gigantes da tecnologia foram as que mais acumularam perdas no mercado: Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook) e Tesla viram seus valores de mercado despencarem diante da instabilidade provocada pela escalada tarifária entre Estados Unidos e China.

Essas empresas juntas perderam US$ 320 bilhões em valor de mercado só na segunda-feira (7), com perda total de US$ 4,55 trilhões desde janeiro.

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o pregão de terça-feira em queda, com 123.932 pontos. O dólar comercial, pressionado pela instabilidade global, chegou a ultrapassar os R$ 6 durante o dia, mas encerrou cotado a R$ 5,9973.

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