TV, refeições comuns e sem visitas: o 1° fim de semana de Collor na cadeia

Atualizado em 28 de abril de 2025 às 23:12
O ex-presidente Fernando Collor de Mello sentado, de roupa preta, sorrindo para a câmera
O ex-presidente Fernando Collor de Mello em audiência de custódia – Reprodução

O ex-presidente Fernando Collor de Mello, condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, passou seu primeiro final de semana recluso na Penitenciária Baldomero Cavalcante, em Maceió, sem receber visitas de familiares. Com informações do jornal O Globo.

A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o político ser acusado de receber R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014, ao intermediar contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia.

Segundo informações de policiais penais, Fernando Collor está instalado em uma ala especial da penitenciária, próxima à entrada da unidade e isolada dos demais presos, que cumprem pena por crimes como tráfico, roubo e homicídio. A cela individual é descrita como um “quarto”, sem grades ou trancas, contendo ventilador, televisão, banheiro privativo, cama de concreto com colchão comum e uma pequena janela superior gradeada.

Apesar das condições privilegiadas, a Penitenciária Baldomero Cavalcante enfrenta grave superlotação. De acordo com a Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris), a unidade, projetada para 768 presos, abriga atualmente 1.321 detentos.

Polêmica sobre localização de Collor

No domingo (27), o jornal “Extra de Alagoas” chegou a publicar que Fernando Collor estaria instalado na sala do diretor do presídio, adaptada para atender ao pedido de “prisão especial”. A informação foi rapidamente apagada do site e desmentida pela Seris. O diretor da penitenciária não se pronunciou.

O histórico da unidade reforça as preocupações: em 2015, a sala da direção foi usada para abrigar um ex-promotor condenado por crimes sexuais. Além disso, episódios de rebelião e denúncias de tortura já foram registrados no local.

Montagem de duas fotos do interior da Penitenciária Baldomero Cavalcante
Interior da Penitenciária Baldomero Cavalcante – Reprodução

Advogados pedem prisão domiciliar para Collor

Os advogados de Fernando Collor protocolaram um pedido de prisão domiciliar alegando que o ex-presidente sofre de comorbidades como hipertensão, diabetes tipo 2, dislipidemia e histórico de câncer de pele. Segundo relatos de policiais penais, porém, ele aparenta estar em boas condições de saúde, demonstrando postura cordial e tranquila no contato com servidores da unidade.

O pedido de prisão domiciliar será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Alimentação e rotina de Fernando Collor na prisão

Fernando Collor recebe as mesmas refeições servidas aos demais detentos: café da manhã com pão e café, almoço com arroz, feijão e frango (ou peixe às sextas-feiras) e jantar leve com cuscuz ou macaxeira com ovos. Até o final de semana, não havia registro de envio de alimentos industrializados por familiares.

Mesmo com o uniforme padrão da penitenciária sendo vermelho, Collor passou o final de semana vestindo bermuda, camiseta e sandálias Havaianas.

Fernando Collor divide ala com influenciador preso por violência doméstica

Na mesma ala especial está preso João Neto, advogado e influenciador digital conhecido nas redes sociais pelo bordão “no coco e no relógio”. Ele foi preso em flagrante neste mês por agredir sua companheira em Maceió. Atualmente, responde também a processos ético-disciplinares na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL).

O advogado de Fernando Collor, Marcelo Bessa, informou que está impedido pela família do ex-presidente de fornecer detalhes sobre sua estadia na prisão.

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