BC eleva Selic a 14,75%, maior patamar em quase 20 anos

Atualizado em 7 de maio de 2025 às 23:30
Composição atual do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Da esquerda para a direita, na frente: Izabela Correa (diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta), Gabriel Galípolo (presidente do BC), Gilneu Vivan (diretor de Regulação) e Rodrigo Alves Teixeira (diretor de Administração). Na parte de trás: Nilton David (diretor de Política Monetária), Paulo Picchetti (diretor de Assuntos Internacionais), Renato Gomes (diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução), Ailton Aquino (diretor de Fiscalização) e Diogo Guillen (diretor de Política Econômica). Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, passando para 14,75% ao ano. Este é o maior nível da taxa em quase 20 anos, sendo o oitavo aumento consecutivo no atual ciclo de ajustes iniciado em setembro de 2024. A medida visa controlar a inflação e manter a economia sob vigilância, após um cenário de alta incerteza e de pressões inflacionárias.

O Copom destacou em seu comunicado que, apesar da elevação da Selic, o ritmo de ajuste foi desacelerado. A decisão foi unânime entre os membros do comitê. Eles apontaram que, embora o ciclo de alta de juros tenha avançado, o cenário permanece volátil, e não há previsões para o próximo movimento, sendo mais importante manter a cautela ao longo do processo.

A previsão de inflação para 2025 foi ajustada para 4,8%, um leve recuo em relação à estimativa anterior de 5,1%. Para o ano de 2026, o Copom espera que a inflação atinja 3,6%, ainda acima da meta central de 3%, porém dentro do limite máximo de tolerância de 4,5%.

A decisão de hoje ocorre dentro do plano desenhado em março, quando o Copom indicou que manteria o ritmo de alta até que a inflação estivesse mais próxima da meta. Embora a trajetória dos juros tenha sido revista, a principal preocupação do Banco Central é a estabilidade econômica e o controle da inflação no médio e longo prazo.

Fachada do Banco Central do Brasil. Foto: Agência Brasil

Em seu comunicado, o Copom ressaltou que as decisões futuras dependerão da evolução das projeções de inflação, das expectativas econômicas, do hiato do produto e de outros fatores que impactem a dinâmica da economia brasileira. O comitê também afirmou que a taxa de juros deve permanecer elevada por um período prolongado.

As decisões do Copom têm reflexos diretos na economia, influenciando o consumo, os investimentos e a inflação. O BC afirmou que continuará monitorando a situação para ajustar sua política monetária conforme necessário, com foco em garantir que a inflação converja para a meta nos próximos anos.

O cenário externo também tem sido um fator importante nas decisões do Copom, com a política comercial dos Estados Unidos e a guerra comercial afetando as expectativas inflacionárias no Brasil. A cotação do dólar também foi ajustada nas previsões do BC, com a moeda norte-americana projetada a R$ 5,70.

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