Conheça “TH da Maré”, líder do tráfico morto durante operação no Rio

Atualizado em 13 de maio de 2025 às 23:10
Thiago da Silva Folly, o “TH”, liderava o Terceiro Comando Puro (TCP). Foto: Reprodução

Thiago da Silva Folly, conhecido como “TH da Maré”, foi um dos nomes mais temidos do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, liderando o Terceiro Comando Puro (TCP) no Complexo da Maré, uma das regiões mais dominadas por facções criminosas na cidade. Sua morte, ocorrida na madrugada desta terça-feira (13), durante uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ), marca o fim de uma trajetória marcada por violência.

O confronto, envolveu forças especiais como o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), onde localizaram Thiago escondido em um “bunker”. O tiroteio, que resultou na interdição de vias importantes da cidade, como as Linhas Amarela e Vermelha e a Avenida Brasil, também deixou outros dois homens baleados. Os feridos, Diogo Santos e Valfrido Rodrigues, foram socorridos, mas o estado de saúde deles não foi informado pela polícia.

Foragido desde 2016, “TH da Maré” era considerado pela PMRJ um dos maiores narcotraficantes da cidade, com um histórico de assassinatos de policiais e membros de facções rivais. A facção sob seu comando chegava a movimentar até R$ 200 mil por mês. Além do tráfico, ele se envolveu em esquemas como a exploração de canais de TV clandestinos e o comércio de bebidas em bailes funks, gerando grandes lucros para o TCP.

Entre os crimes atribuídos a ele, está o assassinato do cabo do Exército Michel Augusto Mikami, de 21 anos, morto com um tiro na cabeça em novembro de 2014, durante a atuação da Força de Pacificação na Maré. O jovem militar, natural de Campinas (SP), estava no Rio como parte da missão federal para combater a violência na região.

Outro caso marcante foi o assassinato do soldado da Força Nacional de Segurança Hélio Messias Andrade, natural de Roraima, em agosto de 2016. Andrade foi baleado na cabeça durante uma emboscada na comunidade da Vila do João, após sua equipe, por engano, entrar na localidade enquanto tentava acessar a Linha Amarela. O soldado passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. As investigações indicaram que a ordem para atirar em qualquer veículo suspeito partiu de Thiago.

Ele também esteve envolvido em ataques a civis que, por engano, entraram em áreas dominadas pela facção. Entre as vítimas estão Maria Lucila Barbosa de Araújo, baleada em 2016, e o engenheiro Gil Augusto Barbosa, morto no mesmo ano ao se desviar acidentalmente do caminho para o aeroporto.

Sua ficha criminal inclui ainda outros homicídios e tentativas de assassinato, como o caso de policiais civis em 2017. Na ocasião, traficantes sob seu comando dispararam contra agentes que desembarcavam de um blindado durante uma operação na Vila dos Pinheiros, também no Complexo da Maré. A polícia também o responsabiliza pela morte de dois agentes do Bope em julho do ano passado.

Traficantes vestidos de personagens no Dia das Crianças. Foto: Reprodução

Além de ser um temido traficante, durante o Dia das Crianças, ele e outros traficantes se vestiam de super-heróis, buscando a simpatia dos moradores e consolidando sua imagem de figura poderosa e até protetora em meio ao caos. 

Sua morte representa um golpe duro para o TCP, enfraquecendo ainda mais a liderança da facção no Complexo da Maré. A PMRJ já anunciou que continuará a intensificar suas operações de repressão ao tráfico de drogas e ao crime organizado, com foco em outras lideranças do TCP, em um esforço para retomar o controle da região e diminuir a violência que assola a comunidade.

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