
Nesta segunda-feira (36), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que pode abdicar de seu mandato parlamentar para continuar atuando nos Estados Unidos. A declaração foi dada após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a abertura de inquérito, já tirado do sigilo, para investigar o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro por crimes de coação, obstrução de Justiça e ameaça ao Estado Democrático de Direito.
A decisão atende a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta que o parlamentar atuou nos Estados Unidos para pressionar por sanções contra ministros do STF, especialmente Moraes.
“Sim, está na mesa [a possibilidade de renunciar ao mandato]. A minha pauta prioritária, na verdade única aqui nos Estados Unidos, é sancionar Moraes para colocar um freio no pior ditador que a minha geração já viu. Se isso daí não ocorrer, vou ficar eternamente aqui nos EUA”, avisou Eduardo.
Em entrevista ao Oeste Sem Filtro, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu que só voltará ao Brasil se Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), perder poder: “Só posso retornar ao Brasil quando Moraes não estiver mais tão fortalecido. Senão, eu volto para aí e fico debaixo do cabresto dele”.
🚨URGENTE – Eduardo Bolsonaro diz que existe a possibilidade de renunciar ao seu mandato de deputado
“Sim, está na mesa (…) A minha pauta principal aqui nos EUA é sancionar o Alexandre de Moraes (…) Se isso aí não ocorrer, vou ficar eternamente aqui nos EUA” pic.twitter.com/uE2bsa9UnH
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) May 26, 2025
A PGR pediu ao Supremo um inquérito contra Eduardo Bolsonaro por promover uma articulação golpista nos Estados Unidos contra o Judiciário brasileiro. O órgão ainda solicita que Jair Bolsonaro seja ouvido para esclarecer a atuação do filho no país.
“A busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal em curso contra o sr. Jair Bolsonaro”, escreveu Paulo Gonet, procurador-geral da República.
Para Gonet, publicações em redes sociais e declarações a veículos de imprensa mostram que existe um “manifesto tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na Ação Penal, percebendo-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”.
De acordo com a PGR, a articulação de Eduardo “visa interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados”. Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado no Supremo.
O relator do inquérito será Moraes, já que o caso tem investigação com outras apurações na Corte, como o inquérito das fake news e a ação penal contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe.