
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trabalham com a expectativa de que o governo de Donald Trump aplique sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nos próximos dez dias, conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
A estratégia envolve a aplicação inicial das sanções apenas a Moraes e seus familiares. O objetivo é, em seguida, estender as medidas a outros ministros do STF, caso esses se mostrem solidários a Moraes.
Até o momento, três ministros do STF foram excluídos das gestões feitas pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para que os EUA impusessem sanções. São eles: André Mendonça e Kassio Nunes Marques, indicados por Bolsonaro à Corte, e Luiz Fux.
Embora Fux tenha sido indicado ao tribunal por Dilma Rousseff, ele é atualmente considerado por bolsonaristas um aliado no Supremo. Em sessões recentes, Fux tem se posicionado de forma a fazer contraponto a Moraes, o que tem ajudado a tirar os ministros indicados por Bolsonaro do isolamento dentro da Corte.
Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fugiu para os Estados Unidos em março e disse que buscaria “sanções aos violadores de direitos humanos”, uma referência a Moraes.

Na semana passada, Marco Rubio, secretário de Estado do país, afirmou que o governo americano estuda uma punição contra o magistrado. “Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”, ameaçou.
O “bananinha”, no entanto, virou alvo de um inquérito no STF por articular a imposição de sanções dos Estados Unidos contra Moraes. A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o Supremo abriu um inquérito nesta segunda-feira (26) contra o deputado.
“A busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal em curso contra o sr. Jair Bolsonaro”, escreveu Paulo Gonet, procurador-geral da República.
Para Gonet, publicações em redes sociais e declarações a veículos de imprensa mostram que existe um “manifesto tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na Ação Penal, percebendo-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”.