Vistos de estudantes chineses serão revogados nos EUA, diz Marco Rubio

Atualizado em 28 de maio de 2025 às 23:39
Marco Rubio, durante sessão no Senado, em Washington. Foto: Alex Wroblewski/AFP

Os Estados Unidos vão começar a revogar vistos de alunos chineses, anunciou o secretário de Estado americano, Marco Rubio. A decisão mira estudantes que, segundo o governo Trump, têm “ligações com o Partido Comunista Chinês ou que estudam em áreas críticas”.

Rubio informou a medida na rede social X, sem detalhar quantas pessoas serão afetadas ou quais setores são considerados sensíveis pelo governo. “Aqueles que têm ligações com o Partido Comunista Chinês ou que estudam em áreas críticas serão impactados pela nova política”, afirmou o secretário.

Essa declaração reforça as acusações anteriores feitas pela administração Trump de que estudantes chineses nos EUA estariam envolvidos em atividades ligadas ao governo da China, sem apresentar provas concretas.

Na semana anterior, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou que a Universidade Harvard teria colaborado com o Partido Comunista Chinês, incluindo o treinamento de membros de uma organização paramilitar chinesa, mesmo após sanções americanas. Harvard negou as acusações.

Dados do Escritório Internacional de Harvard mostram que os estudantes chineses são o grupo estrangeiro mais numeroso na universidade, com 1.282 matriculados. Em todo o país, os chineses formam o segundo maior grupo de estudantes internacionais, com mais de 270 mil em 2023-2024.

O governo Trump já havia tomado medidas semelhantes, revogando vistos de alunos chineses em 2020, sob o argumento de que estariam ligados a universidades militares da China.

Protesto de estudantes da Universidade de Harvard contra interferência do governo Trump. Foto: Deutsche Welle

Além disso, o Departamento de Estado suspendeu temporariamente o agendamento de novas entrevistas para vistos de estudantes e está intensificando a checagem das redes sociais dos candidatos.

Marco Rubio também criticou Harvard por manifestações estudantis pró-Palestina que ocorreram em 2024. Ele sugeriu que a universidade deveria limitar a participação de estudantes estrangeiros a 15% para “voltar a ser grande”.