Bocejo, anotações e café: as reações de Bolsonaro durante depoimento de Cid no STF

Atualizado em 9 de junho de 2025 às 23:51
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) boceja em audiência de Mauro Cid no STF. Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esboçou diversas reações durante a primeira etapa do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid no processo contra o chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe, no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9).

Sentado à esquerda do advogado de Mauro Cid, Bolsonaro manteve uma postura predominantemente fechada. Por boa parte do tempo, permaneceu recostado na cadeira, com os braços cruzados. Em outros momentos, inclinou-se para a frente, colocou os óculos e fez anotações em uma folha de papel. Chegou a bocejar enquanto o ex-ajudante de ordens prestava seu depoimento.

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou, nesta segunda-feira, a interrogar os oito réus da ação penal desse caso, e o tenente-coronel foi o primeiro a falar, na condição de “réu delator”.

O ex-presidente alternou expressões de seriedade com gestos de desconforto. Cruzava os braços, entrelaçava as mãos diante do rosto e evitava movimentos bruscos.

Bolsonaro durante depoimento no STF — Foto: Gustavo Moreno/STF
Bolsonaro entrelaça as mãos durante o depoimento de Mauro Cid no STF. Foto: Gustavo Moreno/STF

Em um raro instante de descontração, Bolsonaro sorriu após uma ironia do ministro Alexandre de Moraes. Moraes brincou que os demais ministros teriam recebido um “habeas corpus” quando Bolsonaro, segundo Cid, teria editado a minuta golpista para manter apenas a prisão do próprio Moraes.

A comunicação com seu advogado, Celso Vilardi, foi pontual. Em um dos diálogos, Moraes perguntou a Cid se havia recebido ordem direta de Bolsonaro para monitorá-lo. Em outro, Vilardi recebeu um bilhete de um auxiliar e o repassou ao ex-presidente.

Bolsonaro durante depoimento no STF — Foto: Gustavo Moreno/STF
Bolsonaro ao lado de seu advogado, Celso Vilardi, durante depoimento no STF — Foto: Gustavo Moreno/STF

Bolsonaro também aceitou café oferecido por um garçom do STF ao longo da sessão. O gesto contrastou com a postura adotada em março, quando, ao ser formalmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), recusou um copo d’água e bebeu apenas de uma garrafa lacrada. Na época, ele já havia declarado publicamente temer ser envenenado.

Bolsonaro faz anotações em um papel durante depoimento de Cid no STF. Foto: Ton Molina/STF