As gargalhadas do milionário do PIX. Por Moisés Mendes

Atualizado em 12 de junho de 2025 às 10:19
Jair Bolsonaro durante interrogatório no STF – Foto: Reprodução

Bolsonaro gargalhou muito ontem, durante o interrogatório, quando falou dos R$ 18 milhões que recebeu por PIX. Para se sustentar e ajudar o filho exilado.

Ele ria mesmo dos manés que fizeram doações e ele definiu, no depoimento no STF, como malucos. Os malucos, muitos deles presos, transformaram o sujeito em milionário que debocha dos próprios doadores.

Bolsonaro disse no interrogatório no STF:

“Se não fosse a campanha do PIX, que eu não fiz (outros teriam liderado os pedidos de doações), eu não sei como estaria sobrevivendo hoje em dia. R$ 17 milhões, depois teve um pingado, chegou a R$ 18 milhões. E a gente gasta”.

Olhou para os dois advogados, um de cada lado, e os três gargalharam. E depois completou: “Não podem trabalhar de graça. E eu não teria como ajudar meu filho que está nos Estados Unidos”.

E esse foi o arremate: “Eu arrecadei mais dinheiro do que o Criança Esperança. Sinal de que o pessoal gosta da gente”.

Sinal de outras coisas e prova de que tudo para a extrema direita é dinheiro e negócio. As gargalhadas com os advogados, que já pegaram parte dos milhões, ofenderam até quem não fez doações para o sujeito.

SEM FOLGA
O momento mais comovente do depoimento de Bolsonaro no STF. O chefe do golpe disse que trabalhava de domingo a domingo e raramente tinha uma folga para andar de jet ski.

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O RECADO
Um dos tantos resumos possíveis, e talvez o mais importante, de dois dias de interrogatórios dos oito golpistas.
Todos deixaram um recado até para Alexandre de Moraes: estão vivos e podem fazer tudo de novo.

Estão vivos, estão leves, estão até alegres. E continuam ameaçadores.
Os oito interrogados, que foram liberados para voltar a falar uns com os outros, ainda estão organizados.

O fascismo derrotado na eleição e no golpe não baixou a cabeça. É o que esses dois dias no STF nos avisam.

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A CORDA
Em apenas dois dias, quando as previsões indicavam interrogatórios até sexta-feira, Alexandre de Moraes ofereceu corda para que oito golpistas se enforcassem.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/