
O acidente com o Boeing 787 em Ahmedabad, na Índia, que deixou ao menos 290 vítimas, pode se tornar o segundo mais mortal da história da aviação, ficando atrás apenas da colisão em Tenerife, na Espanha, em 1977, que matou 583 pessoas.
A tragédia desta quinta-feira (12) reacende a memória de algumas das maiores tragédias aéreas do mundo, marcadas por falhas humanas, condições climáticas adversas e, em casos raros, até ataques terroristas.
A colisão em Tenerife: o acidente mais mortal da história
Em 27 de março de 1977, dois Boeing 747, um da Pan Am e outro da KLM, colidiram na pista do aeroporto Los Rodeos, em Tenerife, nas Ilhas Canárias. O desastre, que deixou 583 mortos e apenas 61 sobreviventes, foi resultado de uma série de falhas de comunicação e decisões equivocadas em meio a uma densa neblina.
Os dois aviões haviam sido desviados para Tenerife após um atentado a bomba no aeroporto de Las Palmas, reivindicado pelo grupo separatista MPAIAC. Enquanto aguardavam a reabertura do aeroporto principal, o piloto da KLM, Jacob van Zanten, iniciou a decolagem sem autorização da torre de controle. O avião da Pan Am ainda estava na pista, resultando em uma colisão frontal.
“Ninguém sabia quanto tempo o aeroporto de Las Palmas ficaria fechado. Estávamos ali simplesmente esperando”, relatou Robert Bragg, copiloto do voo da Pan Am que sobreviveu ao acidente, em entrevista à BBC em 2016.
Bragg responsabilizou o piloto da KLM pela tragédia: “Você não pode ter pressa; tem que esperar. Não pode se apressar para decolar ou aterrissar”.

Outros acidentes graves na história da aviação
Em 8 de outubro de 2001, um acidente similar no aeroporto de Linate, em Milão, matou 118 pessoas. Um pequeno avião particular invadiu a pista no momento em que um MD-87 da Scandinavian Airlines (SAS) acelerava para decolar. A colisão fez o avião da SAS girar e colidir com um hangar, explodindo em uma “imensa bola de fogo”, segundo relatos de testemunhas.
Já em 17 de julho de 2007 o Brasil viveu seu maior desastre aéreo. O voo 3054 da TAM, que partiu de Porto Alegre para São Paulo, passou da pista de pouso no Aeroporto de Congonhas e cruzou a Avenida Washington Luís até colidir com um prédio da TAM Express e um posto de gasolina da Shell. Na ocasião, 199 pessoas morreram.
