
Um novo estudo do banco suíço UBS revelou que o Brasil possui 433 mil pessoas com fortunas superiores a US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões), um aumento de 1,6% em relação ao ano anterior. O país também lidera a o ranking mundial de desigualdade e ocupa a 19ª posição no ranking global de milionários, liderado pelos Estados Unidos, com 23,8 milhões de pessoas nesse grupo, sendo o o primeiro nessa estatística na América Latina.
Veja o ranking:
1. Estados Unidos: 23.831
2. China: 6.327
3. França: 2.897
4. Japão: 2.732
5. Alemanha: 2.675
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19. Brasil: 433
O relatório analisou 56 países e mostrou que o patrimônio líquido das famílias cresceu 4,6% no mundo entre 2023 e 2024. Além disso, destacou uma iminente transferência de riqueza entre gerações: nos próximos 20 a 25 anos, estima-se que US$ 83 trilhões mudarão de mãos globalmente, sendo US$ 74 trilhões em heranças (transferências verticais) e US$ 9 trilhões entre pessoas da mesma geração (horizontais).
Os Estados Unidos também lideram as projeções, com US$ 29 trilhões em riquezas a serem herdadas nas próximas décadas. O Brasil aparece em segundo lugar, com US$ 9 trilhões, à frente da China (US$ 5,6 trilhões).
Um dos fatores que explicam essa posição é o envelhecimento da população brasileira, com um número significativo de idosos acima de 75 anos.

Nos Estados Unidos, a riqueza cresceu aceleradamente em 2023: 379 mil pessoas entraram no grupo dos milionários em dólar, o equivalente a mais de mil por dia. O fenômeno foi impulsionado pela valorização de ativos, imóveis e efeitos cambiais.
O relatório identificou um grupo em expansão: os “milionários comuns”, indivíduos com fortunas entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões. Desde 2000, esse grupo quadruplicou, chegando a 52 milhões de pessoas no mundo. Juntos, eles detêm US$ 107 trilhões, valor próximo ao dos ultra-ricos (acima de US$ 5 milhões), que somam US$ 119 trilhões.
Brasil lidera ranking da desigualdade
Apesar do crescimento da riqueza, o estudo também mediu a desigualdade usando o coeficiente de Gini (onde 0 representa igualdade perfeita e 1, concentração extrema). O Brasil aparece como o país mais desigual, ao lado da Rússia, ambos com índice de 0,82. Na sequência, vêm África do Sul e Emirados Árabes Unidos (0,81). Veja:
– Brasil: 0,82
– Rússia: 0,82
– África do Sul: 0,81
– EUA: 0,74
– China: 0,62