
Condenado a oito anos de prisão por suas piadas ofensivas e criminosas, o “humorista” Léo Lins voltou aos palcos para repetir os absurdos dos quais gente minimamente humana não ri.
Reincidir num crime pelo qual foi condenado soa como provocação — ao poder judiciário e a todos que compreendem que liberdade de expressão não deve ser ponte para a violência.
Dessa vez, ele debochou do câncer de Preta Gil: “Pelo menos assim emagrece.”
Em uma só frase, conseguiu ser gordofóbico e desumano.
Que tipo de pessoa ri de uma piada dessas?

A verdade é que dá pra conhecer profundamente uma pessoa observando do que ela ri. Quem ri desse tipo de “piada” não está apenas validando o agressor — está ajudando a manter viva a cultura do preconceito.
Quem apoia esse canalha e gargalha de uma fala como essa é, sim, cúmplice da normalização do desrespeito travestido de “liberdade de expressão” — uma liberdade convertida na mais sádica violência.
Debochar de alguém com câncer jamais será engraçado. Ao desconhecer essa premissa básica da humanidade, Léo Lins se revela, além de tudo, incompetente e medíocre.
Gente como ele e Rafinha Bastos não sabe fazer humor. Como disse Gregório Duvivier: “O humor precisa bater pra cima, e não em quem já é oprimido.”
O humor de verdade mobiliza, testemunha seu tempo com leveza, ironiza seus algozes e ri de si mesmo.
Por isso, não cabe mais a clássica pergunta sobre o limite do humor. O humor de verdade não tem limite — ele apenas sabe onde bater. E quando agride quem já sofre, não é humor: é crueldade.
Léo Lins não é humorista. É a própria piada — de mau gosto, cruel e repetida demais.