
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode receber nos próximos dias uma visita oficial do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. O encontro, que deve acontecer nas próximas semanas, tende a ser realizado em um momento delicado nas relações entre os dois países, após a morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia.
A possível visita de Subianto está sendo articulada no contexto da cúpula do Brics, marcada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. Além do líder indonésio, o Itamaraty também avalia a possibilidade de encontros com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi.
Tensão nas redes sociais
O caso de Juliana Marins gerou uma onda de indignação entre brasileiros, que invadiram as redes sociais do presidente indonésio com críticas à demora no resgate. Em resposta, cidadãos da Indonésia também se manifestaram no perfil de Lula, com mensagens como “vai cuidar de seu povo”.
A Basarnas, agência de resgate da Indonésia, havia informado inicialmente que Juliana foi encontrada morta na noite de terça-feira (24). No entanto, o médico legista Ida Bagus Alit, responsável pela autópsia, afirmou à BBC que a brasileira pode ter morrido apenas na quarta-feira (25), entre 1h e 13h no horário local (14h de terça a 2h de quarta em Brasília).

“De fato, é diferente da declaração de Basarnas. Há uma diferença de cerca de seis horas em relação ao horário declarado por Basarnas. Isso se baseia nos dados de cálculo do médico”, disse Alit.
Juliana caiu durante a trilha no sábado (horário local) e foi vista ainda com vida por um drone horas depois. Na segunda-feira (23), equipes de resgate a avistaram novamente, mas ela já estava “visualmente imóvel”.
A autópsia revelou fraturas múltiplas, lesões internas e hemorragia intensa, com a causa da morte sendo atribuída a traumas na caixa torácica e nas costas.
Segundo o legista, fatores como o transporte do corpo e o clima local dificultam uma precisão absoluta sobre o horário exato da morte.