Saúde frágil de Bolsonaro acende alerta em aliados para micareta golpista na Paulista

Atualizado em 29 de junho de 2025 às 7:27
Jair Bolsonaro discursa na Avenida Paulista – Foto: Reprodução

Mesmo com pneumonia, Jair Bolsonaro (PL) decidiu participar de um ato na Avenida Paulista neste domingo (29).

Ignorando recomendações médicas para reduzir os compromissos, o ex-presidente segue como figura central na estratégia do PL para as eleições de 2026, apesar das limitações de saúde que se tornaram cada vez mais evidentes.

A presença dele no evento preocupa dirigentes do partido, que consideram reduzir sua agenda nos próximos meses.

O chefe da extrema-direita no Brasil reconhece que a facada que sofreu e as sete cirurgias que se seguiram deixaram sequelas importantes. O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, relatou que já é possível perceber dificuldades físicas em viagens recentes.

Durante ida a Belo Horizonte, Bolsonaro teve arrotos e soluços frequentes e precisou de adaptações para lidar com o mal-estar. A situação também forçou a interrupção de compromissos em Goiás, após episódios de vômito.

Para o presidente do PL no Rio de Janeiro, deputado Altineu Côrtes, a prioridade estratégica em 2026 é eleger a maior bancada possível no Congresso. E para isso, o apoio de Bolsonaro continua essencial. Segundo ele, “não ter Bolsonaro é muito pior”, e o partido trabalha com a equipe médica para encontrar um ritmo que permita sua atuação política sem prejudicar a saúde – há expectativa de que Bolsonaro concentre os esforços na eleição ao Senado, fortalecendo aliados com sua imagem.

O desgaste físico já comprometeu ações previstas. O projeto “Rota 22”, criado para minar a popularidade de Lula no Nordeste, foi paralisado após Bolsonaro passar mal no Rio Grande do Norte.

A agenda foi suspensa, e o ex-presidente foi transferido de helicóptero para Natal e, em seguida, para Brasília em uma UTI aérea. O episódio é visto como sinal de alerta, levando o partido a repensar o cronograma de viagens.