
Um tribunal de Jerusalém decidiu adiar as audiências previstas para esta semana no processo de corrupção que envolve o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. A corte aceitou um pedido da defesa de Netanyahu, que citou razões diplomáticas e de segurança para justificar o adiamento das sessões.
No entanto, o tribunal não divulgou novas datas para os interrogatórios. Embora não tenha sido confirmado, a decisão pode ter sido influenciada por um post nas redes sociais do presidente dos EUA, Donald Trump. Em sua publicação, ele sugeriu que o julgamento poderia afetar a capacidade de Netanyahu de participar de negociações cruciais com o grupo terrorista Hamas e o Irã.
A agência de notícias Reuters obteve informações sobre os motivos apresentados pelo premiê, pelo chefe da agência de espionagem israelense e pelo responsável pela inteligência militar, que também defenderam o adiamento das audiências.

Netanyahu foi indiciado em 2019 por acusações de suborno, fraude e quebra de confiança, todas negadas por ele. O premiê descreve o julgamento como uma “caça às bruxas” movida pela esquerda com o objetivo de derrubar um líder de direita democraticamente eleito.
Na sexta-feira (27), o tribunal havia rejeitado um pedido do primeiro-ministro para adiar seu depoimento, que estava marcado para segunda-feira, após o recente conflito de 12 dias entre Israel e o Irã. O caso de Netanyahu envolve acusações de ter recebido presentes de luxo, como charutos, joias e champanhe, avaliados em mais de US$ 260 mil (aproximadamente R$ 1,4 milhão), de empresários em troca de favores políticos.
Além disso, o premiê enfrenta outras acusações por supostas tentativas de obter cobertura jornalística favorável em dois veículos de imprensa israelenses em troca de benefícios regulatórios. Netanyahu e sua esposa, Sara, negam todas as acusações.