Protesto em SP cobra fim do apoio dos EUA a Israel e defende povo palestino

Atualizado em 29 de junho de 2025 às 16:25
Manifestante com seu cartaz. Foto: Divulgação

Manifestantes ocuparam a frente do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo nesta sexta-feira (27) em um protesto que unificou mais de 50 organizações da sociedade civil, movimentos populares e entidades da comunidade árabe-palestina.

O ato denunciou o apoio dos EUA ao governo de Israel em ofensivas no Oriente Médio e cobrou do presidente Lula o rompimento das relações comerciais e diplomáticas com Tel Aviv. A mobilização faz parte de uma jornada internacional convocada pela Assembleia Internacional dos Povos (AIP), que ocorre entre os dias 21 e 28 de junho.

Com cartazes e faixas exigindo o fim do que classificam como “genocídio palestino”, os manifestantes destacaram que, em um ano e oito meses, mais de 50 mil pessoas foram mortas em Gaza. A organização também denunciou a escalada dos bombardeios israelenses na Cisjordânia e a recente ofensiva contra o Irã.

Hussein Khalifa, da comunidade islâmica em São Paulo, questionou: “Hoje é Gaza, depois o Irã. Qual será o próximo país?”. A ex-deputada Socorro Gomes afirmou que as mobilizações vão continuar “enquanto Netanyahu atacar civis e os EUA sustentarem os massacres”.

Manifestantes exibiram uma bandeira da Palestina em frente ao Consulado. Foto: Divulgação

A situação humanitária em Gaza foi apontada como um agravante. Segundo dados da ONU divulgados em maio, 470 mil pessoas enfrentam fome extrema, o que foi denunciado por representantes do MST no ato como parte de uma estratégia de destruição da soberania alimentar.

“Há décadas, a Palestina tinha um dos sistemas agrícolas mais autossuficientes da região. Hoje, a população depende de ajuda e ainda é bombardeada nas filas de distribuição de comida”, afirmou Lyn Sagaz, do movimento.

Durante a manifestação, a Polícia Militar tentou restringir o uso de cartazes com hastes de madeira, alegando risco de uso como arma, mas voltou atrás após diálogo com os organizadores. Os manifestantes criticaram a abordagem e relataram que, em protestos anteriores, provocadores pró-Israel não foram contidos pelas autoridades.

A carta pública organizada pelo movimento BDS, que pede o rompimento imediato com Israel, já ultrapassou 16 mil assinaturas no Brasil.