Eduardo Bolsonaro diz que quer ‘conversar’ com Ciro, o dono do PCO e brizolistas

Atualizado em 2 de julho de 2025 às 13:09
Eduardo Bolsonaro quer conversar com Ciro e com o dono do PCO

O SBT conversou com o deputado fugitivo Eduardo Bolsonaro em sua primeira entrevista individual a uma rede de TV aberta no Brasil.

Entre outras lorotas, Eduardo se propôs a conversar com figuras “da esquerda” como Ciro Gomes, Rui Costa Pimenta, o dono do PCO, e brizolistas, com o objetivo de conseguir apoio à sua candidatura à presidência da República.

“Eu tenho certeza que se eu sentar pra conversar com o Ciro Gomes, com o Rui Costa Pimenta, do PCO, até com umas alas do PDT mais ligadas a Leonel Brizola do passado, o pioneiro do voto impresso, das críticas à informatização de uma eleição, eu tenho certeza que a gente vai conseguir chegar a um denominador comum em algumas pautas”, falou.

Durante a entrevista, Eduardo comentou sobre o inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República, que envolve seu nome, e também sobre o processo enfrentado por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele comentou as decisões recentes da Suprema Corte e da diplomacia norte-americana, especialmente sobre questões envolvendo a internet, a liberdade de expressão e as ordens executivas. Afirmou que, em duas ocasiões, houve uma previsão de sanções dos Estados Unidos contra o juiz Alexandre de Moraes, mas que esses anúncios não ocorreram devido a instabilidades políticas nos bastidores da política dos EUA. “A última delas foi o bombardeio de Israel ao Irã”, explicou ele.

O deputado também indicou que não tem dúvidas de que a decisão do Departamento de Estado de restringir a emissão de vistos a estrangeiros e autoridades de países que censuram cidadãos ou empresas norte-americanas foi influenciada pelos acontecimentos no Brasil, embora o texto da instituição não tenha mencionado qualquer país específico. “Nós já tivemos, inclusive, cidadãos americanos que tiveram mandados de prisão expedidos contra eles”, afirmou.

Deputado, a polarização política é realidade no nosso Brasil e aqui nos Estados Unidos. O senhor vê, a médio ou a curto prazo, a possibilidade de esquerda e direita conviverem de uma forma construtiva? E mais harmônica?

Olha, eu vejo que o Lula não é líder da esquerda.

Mas aí eu não me refiro a nenhuma liderança, deputado. Eu me refiro a visões políticas de direita ou esquerda, sem personalizar.

É porque dentro da esquerda…

Eu não estou personalizando, se é possível…

Não, mas por exemplo, tem a direita e tem a esquerda. Você disse acertadamente que existe uma polarização. Mas vi semana passada o Lula processando o Ciro Gomes devido a uma crítica que o Ciro Gomes fez aos banqueiros. O Ciro Gomes é tido como uma pessoa de esquerda. Porém, é isso que eu estou desconstruindo nesse raciocínio. Estou falando que existem pessoas que até que sejam identificadas com espectro de esquerda, dá pra conversar. Eu tenho certeza que se eu sentar pra conversar com o Ciro Gomes, com o Rui Costa Pimenta, do PCO, até com umas alas do PDT mais ligadas a Leonel Brizola do passado, o pioneiro do voto impresso, das críticas à informatização de uma eleição, eu tenho certeza que a gente vai conseguir chegar a um denominador comum em algumas pautas.

Mas o ideal, para o melhor do país, não seria sentar com todos?

Não. Não tem como sentar com o pessoal do PSOL que deu a facada na barriga do meu pai. Me desculpe. Essas pessoas querem nos ver assassinadas. É o tipo de pessoa que está por aí assassinando seus opositores. A mesma coisa é dizer, vai sentar com o pessoal que, enfim, é ligado ao PCC que entra numa favela sem trocar tiro. Não tem como você ter. Porque aí é uma questão de valores. É o mínimo, é o básico que você tem pra conversar com alguém. Não tem como conversar com alguém que quer me assassinar. O PSOL é isso. O PSOL prega a revolução. Então, em alguns setores da esquerda, dá até pra você chegar a um denominador comum, por exemplo, nessa parte de liberdade de expressão. E aí fica o nosso convite para que ocorra essa união. Quem sabe até pra distensionar essa polarização.

Mas eu acredito, o que eu vejo é que essa polarização é fruto de uma mudança de estratégia dentro da esquerda radical que não permite mais o debate. Você fala que é contra cotas raciais nas universidades ou em concursos públicos, eles falam que você é racista. Eles não sentam para conversar. Você fala qualquer coisa, eles falam que você é nazista. Eles chamam até Israel, Benjamin Netanyahu, de nazista. Então, não existe lógica nisso. Toda hora tentando fazer uma semiótica, tentando nos rotular do que há de pior no mundo. Mas a gente já passou dessa fase. As pessoas entenderam que isso tudo aí é estratégia de militância política, tanto que elegeram Jair Messias Bolsonaro em 2018.