
O construtor responsável pela mansão de Guilherme Derrite (PP), segundo o Metrópoles, afirmou que o empresário Guilherme Moron, amigo próximo do político, está envolvido nos pagamentos da obra.
A residência de luxo está sendo construída em um condomínio de alto padrão em Porto Feliz, interior paulista. O valor total estimado da construção é de pelo menos R$ 3 milhões, mais de três vezes o patrimônio declarado pelo secretário de Segurança Pública no último registro à Justiça Eleitoral.
Genilton Mota, dono da Construtora Mota, afirmou que os pagamentos são alinhados com Moron: “Essa parte [pagamento da obra] é uma parte que eu alinho com o amigo dele e daí ele que faz o pagamento para a gente, mediante nota, certinho”.
Ao ser questionado, confirmou: “É, o Gui Moron. Faço a nota pra ele certinho, bonitinho”. O empresário aparece em fotos com Derrite em eventos públicos e já foi homenageado pelo secretário com uma medalha da Polícia Militar.
A Construtora Mota exibe em suas redes sociais imagens da obra, com atualizações frequentes e até fotos com Derrite.
Ver essa foto no Instagram
O terreno de 800 m² foi comprado à vista em junho de 2023 por R$ 475 mil, valor confirmado em escritura pública. A casa, com 440 m², terá acabamento de alto padrão, incluindo madeira cumaru e piscina, com custo estimado de R$ 5.500 por metro quadrado, segundo o próprio construtor.
Gui Moron é empresário do setor de eventos, com negócios em Sorocaba, cidade natal de Derrite. É proprietário da casa de shows UZNA, da Viva + Entretenimento e de uma churrascaria de alto padrão em Araçoiaba da Serra, também construída pela Construtora Mota.
Moron é figura presente em agendas políticas, já apareceu ao lado de Michel Temer e Tarcísio de Freitas, e esteve presente no lançamento do parque temático da Cacau Show, projeto com investimento previsto de R$ 2 bilhões.
Ele mantém parcerias com a Adibra e prefeituras locais, além de produzir eventos com artistas como Gusttavo Lima e Roberto Carlos.
Condecoração
Em outubro de 2023, ele foi condecorado com uma honraria da Polícia Militar, quatro meses após a compra do terreno por Derrite.
A solenidade, registrada em diversas postagens nas redes, ocorreu quatro meses após Derrite ter comprado o terreno onde a mansão está sendo construída.

A Secretaria da Segurança Pública nega qualquer pagamento feito por Moron e afirma que a obra é financiada com recursos próprios de Derrite, provenientes da venda de um apartamento e de rendimentos mensais. Segundo nota oficial, todas as transferências são feitas diretamente pelo secretário e estão devidamente declaradas no Imposto de Renda. A pasta também disse que Moron apenas indicou a construtora ao secretário, por já ser cliente da empresa.