
Nesta quarta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a decisão de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada dos decretos sobre o aumento do IOF tem como objetivo preservar a governabilidade. “Se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país. Cada macaco no seu galho. Ele legisla, e eu governo”, declarou o petista em entrevista à TV Bahia.
A medida do governo federal foi oficializada na véspera pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, que apontou violação à separação de Poderes por parte do Congresso.
Sobre as mudanças que haviam sido propostas no IOF, o mandatário defendeu que o reajuste do imposto é um mecanismo de justiça tributária. “Estamos propondo um reajuste para beneficiar os mais pobres. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram na Câmara e no Senado, o que é um absurdo”, disse.
Lula defende judicialização do IOF e nega rivalidade com Congresso: "Cada macaco no seu galho". #EmPonto
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— GloboNews (@GloboNews) July 2, 2025
Busca por diálogo
Apesar da tensão política entre Executivo e Legislativo, Lula negou qualquer ruptura institucional.
Lula pretende retomar o diálogo com o Congresso Nacional na próxima semana. Ele afirmou que a reaproximação com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), acontecerá após compromissos internacionais, como a cúpula do Mercosul, na Argentina, e a reunião dos BRICS, no Rio de Janeiro.
“Eu vou para a Argentina receber a presidência do Mercosul, depois vou participar dos BRICS no Rio de Janeiro e, quando voltar, vou conversar tranquilamente com Hugo [Motta] e Davi Alcolumbre. Vamos voltar à normalidade política desse país”, declarou.
Indicadores positivos
Na entrevista, o presidente ainda mencionou indicadores positivos do governo, como a queda na extrema pobreza e o menor índice de desemprego. “Ainda temos muito o que fazer, mas o Brasil tem avançado”, comentou.
O petista está em Salvador, onde participa das comemorações do Dois de Julho.
A equipe econômica calcula que a derrubada dos decretos representa uma perda de arrecadação de R$ 10 bilhões neste ano e mais de R$ 20 bilhões em 2026. O governo defende que o reajuste do IOF é essencial para atingir a meta fiscal. O caso está agora sob análise do STF, com relatoria do ministro Alexandre de Moraes.