
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara-se para fazer história no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a indicação da advogada Vera Lúcia Araújo como ministra titular. Ela pode ser a primeira mulher negra a ocupar o cargo na corte eleitoral. A nomeação, que deve ocorrer nas próximas semanas, representa um marco na busca por maior diversidade no Judiciário brasileiro.
Vera Lúcia integra a lista tríplice feminina enviada ao Planalto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), uma iniciativa inédita da ministra Cármen Lúcia, atual presidente do TSE. A lista inclui ainda as advogadas Cristina Maria Neves e Estela Aranha.
Diferentemente das nomeações para o STF, a escolha para o TSE segue regras específicas que obrigam o presidente da República a selecionar entre os nomes apresentados.

Quem é Vera Lúcia
Com trajetória marcada pelo ativismo, Vera Lúcia Araújo integra a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e participa da Frente de Mulheres Negras do Distrito Federal. Seu nome tem ganhado força no Palácio do Planalto, contando com o apoio direto da primeira-dama Janja e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
“Sua presença no TSE contribuirá para o fortalecimento de políticas de equidade racial e de representatividade de grupos historicamente vulnerabilizados”, destacava uma carta assinada por mais de cem entidades do movimento social e antirracista entregue a Lula na semana passada.
O documento, que teria sensibilizado o presidente, ressaltava que a nomeação seria “um marco na história do Judiciário brasileiro”.
O processo de renovação do TSE envolve ainda outra lista tríplice, desta vez composta por nomes masculinos: José Levi do Amaral (ex-ministro da Justiça no governo Temer) e os atuais ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares. Entre eles, Floriano aparece como o mais cotado nos bastidores do Planalto.
A estratégia de enviar listas separadas por gênero – em vez de uma única lista sêxtupla – partiu da ministra Cármen Lúcia, preocupada em garantir representatividade feminina no tribunal que conduzirá as eleições gerais de 2026. A medida reflete um esforço para ampliar a diversidade em um dos tribunais mais importantes do país.