Putin diz a Trump que não abre mão dos objetivos russos na Ucrânia

Atualizado em 3 de julho de 2025 às 18:30
Putin e Trump em encontro no primeiro mandato do presidente dos EUA. Foto: reprodução

Em uma conversa telefônica de quase uma hora nesta quinta-feira (3), o presidente russo Vladimir Putin reafirmou ao líder estadunidense Donald Trump que a Rússia não recuará de seus objetivos na Ucrânia, mas mantém interesse em uma solução negociada para o conflito. A informação foi confirmada pelo assessor do Kremlin Yuri Ushakov, que detalhou os principais pontos da discussão entre os dois líderes.

Segundo Ushakov, Putin deixou claro que Moscou não interromperá o conflito até atingir suas metas, que incluem eliminar o que chama de “causas fundamentais” da guerra, já em seu quarto ano.

O presidente russo também afirmou que quaisquer negociações de paz devem ocorrer diretamente entre os governos de Kiev e Moscou – posição que, de acordo com o assessor, é compreendida pelos Estados Unidos.

O diálogo ocorre em um momento crítico do conflito, com a Rússia intensificando seus ataques aéreos contra a Ucrânia, incluindo o maior bombardeio desde o início da guerra.

Soldados russos na Ucrânia. Foto: reprodução

Paralelamente, os EUA confirmaram nesta semana a suspensão do envio de mísseis e sistemas de defesa aérea cruciais para as forças ucranianas, como os sistemas Patriot e munições de precisão.

A Casa Branca justificou a medida como necessária para “colocar os interesses americanos em primeiro lugar”, citando estoques críticos no Pentágono. A decisão coincidiu com a aprovação de um novo pacote militar de US$ 500 milhões para Israel, evidenciando uma mudança nas prioridades estratégicas da administração Trump.

A suspensão da ajuda militar gerou fortes críticas no Congresso norte-americano. A deputada Marcy Kaptur, copresidente do Comitê de Apoio à Ucrânia, alertou que a medida “resultará na morte iminente de muitos civis e militares ucranianos”.

Analistas internacionais interpretam o movimento como parte de uma estratégia mais ampla da gestão Trump para buscar um “acordo negociado” com Moscou.