Jornal Nacional sai em defesa do Congresso após contra-ataque da esquerda

Atualizado em 4 de julho de 2025 às 8:18
Renata Vasconcellos séria, olhando para a câmera, de óculos e roupa cinza
A jornalista Renata Vasconcellos – Reprodução/TV Globo

O Jornal Nacional desta quinta-feira (3) deu destaque para uma defesa do Congresso Nacional. A pauta foi levantada no noticiário da Globo após uma série de campanhas promovidas nas redes sociais contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e parlamentares de oposição, acusados de atender aos interesses da elite e lutar contra o povo.

“Aqui no Brasil, a disseminação de ataques na internet ao Congresso Nacional provoca preocupação entre políticos e analistas e apelos por moderação”, anunciou Renata Vasconcellos, em trecho do telejornal que está repercutindo negativamente na web.

A emissora pediu que o PT e o campo progressista “mantenham a elegância” no debate digital, numa tentativa explícita de minimizar o desgaste público dos super-ricos após a queda do aumento do IOF.

Por quase sete minutos no telejornal, a Globo blindou os poderosos e tentou desviar o foco das redes sociais, em que milhões de brasileiros denunciam o abismo entre ricos e pobres no país. Não é exagero afirmar que a derrota do governo Lula no Congresso, ao tentar manter o aumento do IOF, escancarou essa disputa de classes.

Escalou Armínio Fraga, aquele que defende o congelamento do salário mínimo por seis anos, o deputado bolsonarista Zucco para falar de agressões à democracia (sim!) e o careca do ABC Rogério Marinho para criticar o governo. Ainda havia um comentarista econômico obscuro para dizer que os cortes de gastos são de responsabilidade total do Executivo (sim!).

Nos últimos dias, hashtags como #CongressoDaMamata, #CongressoInimigodoPovo e #HugoMottaTraidor viralizaram nas redes. O presidente da Câmara, também chamado por ativistas de Hugo Nem-se-Importa, foi acusado de atender ao lobby de bilionários, bets e bancos, deixando de lado as pautas sociais.

As postagens são uma resposta às derrotas que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem sofrendo no Congresso Nacional, principalmente após a derrubada do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Motta surpreendeu ao colocar o tema em pauta com votação desfavorável à gestão petista.

A medida é defendida pelo governo como uma forma de fazer justiça tributária, aumentando a taxa para os mais ricos e equilibrando, percentualmente falando, com o que é pago pelos mais pobres.

Além da taxação dos super-ricos, outros temas que vêm causando discórdia são o fim da jornada de trabalho 6×1, que garante apenas um dia de descanso semanal, e a manutenção dos supersalários no funcionalismo público.