Nasa confirma origem interestelar de corpo celeste detectado pelo telescópio ATLAS

Atualizado em 3 de julho de 2025 às 22:12
Em destaque, o corpo celeste detectado em 1º de julho pelo telescópio ATLAS. Reprodução NASA

A Nasa confirmou que o misterioso objeto avistado no início de julho atravessando o Sistema Solar é, na verdade, um cometa interestelar batizado de 3I/ATLAS. Essa designação indica que se trata do terceiro objeto já identificado com origem comprovadamente fora do Sistema Solar — um evento raro que desperta grande interesse da comunidade científica internacional.

O corpo celeste foi detectado em 1º de julho pelo telescópio ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), localizado em Rio Hurtado, no Chile, e financiado pela própria Nasa. Com origem na direção da constelação de Sagitário, o 3I/ATLAS percorre uma trajetória hiperbólica, típica de objetos que não estão ligados gravitacionalmente ao Sol. Atualmente, ele está a cerca de 670 milhões de quilômetros da Terra.

Segundo os astrônomos, o cometa não oferece qualquer risco ao nosso planeta. Ele deve manter uma distância segura de pelo menos 240 milhões de quilômetros da Terra. Sua aproximação máxima ao Sol ocorrerá em 30 de outubro, quando atingirá 210 milhões de quilômetros da estrela, ultrapassando ligeiramente a órbita de Marte.

Até setembro, o cometa poderá ser observado com telescópios terrestres. Em seguida, sua proximidade com o Sol dificultará a visualização, mas os cientistas esperam que ele reapareça no início de dezembro, possibilitando a retomada das análises. Entre os principais objetivos das pesquisas estão a estimativa do tamanho do núcleo, a composição da cauda e a velocidade orbital.

A visita do 3I/ATLAS reforça o valor científico da observação de corpos interestelares, pois oferece uma oportunidade única para estudar material formado em outras regiões da galáxia. Além dele, apenas dois outros objetos semelhantes foram identificados até hoje: o ‘Oumuamua, em 2017, e o cometa Borisov, em 2019. A Nasa e observatórios parceiros ao redor do mundo seguem monitorando o fenômeno com atenção redobrada.