
O Rio de Janeiro está recebendo a Cúpula do Brics 2025, entre os dias 4 e 7 de julho. Considerado o principal encontro político e econômico do bloco neste ano, o evento reúne chefes de Estado dos 11 países membros, incluindo as cinco nações fundadoras (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e seis novos integrantes, além de representantes de países parceiros como Bolívia, Cuba e Vietnã.
A cúpula marca o ápice da presidência brasileira no bloco em 2025, consolidando o papel do país na liderança do grupo após sete meses da realização do G20 no Brasil. A preparação envolveu mais de 100 reuniões técnicas desde fevereiro para alinhar posições sobre os principais temas da agenda global.
Os olhos do mundo se voltam para o Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, onde ocorrerão os encontros de alto nível nos dias 6 e 7 de julho. Líderes mundiais e o secretário-geral da ONU, António Guterres, debaterão questões urgentes como saúde global, mudanças climáticas, governança da inteligência artificial e a reforma das instituições multilaterais.
Paralelamente, o Píer Mauá recebe neste sábado (5) o Brics Business Fórum, que reúne mais de mil empresários e autoridades para discutir oportunidades comerciais e desafios da transição energética. O presidente Lula (PT) participa do evento, que serve como plataforma para o setor privado influenciar as decisões do bloco.

Um dos destaques desta edição é a criação do Conselho Popular do Brics, que realiza sua primeira reunião nos dias 4 e 5 no Teatro Carlos Gomes. O espaço inédito reúne movimentos sociais e especialistas dos países membros para elaborar propostas sobre temas como educação, saúde e meio ambiente, que serão formalmente entregues aos líderes do bloco.
A segurança do evento mobiliza cerca de 15 mil agentes em uma das maiores operações já realizadas na cidade, incluindo o fechamento temporário do aeroporto Santos Dumont e restrições de trânsito nas áreas próximas aos locais dos eventos. O governo federal decretou Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para assegurar a proteção dos participantes.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como banco do Brics e presidido por Dilma Rousseff, realiza sua assembleia anual durante a cúpula. A instituição, que já aprovou mais de US$ 32 bilhões em projetos de infraestrutura sustentável, consolida seu papel como alternativa ao sistema financeiro tradicional, com foco específico nas necessidades dos países em desenvolvimento.
Entre os resultados esperados da cúpula estão o lançamento de uma parceria para combater doenças negligenciadas, diretrizes éticas para o uso de inteligência artificial e um plano de financiamento climático adaptado às necessidades dos países do Sul Global.