
O apresentador Edu Guedes e o cantor Tony Bellotto, dos Titãs, revelaram recentemente que enfrentam um câncer no pâncreas, um dos tipos mais agressivos da doença. A notícia provocou comoção entre os fãs de ambos e trouxe atenção a um tema pouco discutido, mas de alto risco. O câncer pancreático é conhecido pela dificuldade no diagnóstico precoce e pela alta taxa de mortalidade, já que os sintomas costumam aparecer apenas quando a doença já está em estágio avançado.
O pâncreas é um órgão vital localizado na parte superior do abdômen. Suas funções principais incluem a produção de enzimas digestivas e de hormônios como a insulina, essencial para o controle da glicose no sangue. Quando um tumor maligno se forma nessa região, a capacidade do corpo de digerir alimentos e equilibrar o açúcar pode ser comprometida rapidamente.
Entre os principais sintomas da doença estão icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), urina escura, perda de peso repentina, dores abdominais e nas costas, além de cansaço extremo. Por serem sintomas comuns a outras enfermidades, o diagnóstico muitas vezes ocorre tardiamente.

O câncer de pâncreas afeta mais de 10 mil pessoas por ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Entre os fatores de risco estão tabagismo, obesidade, diabetes tipo 2, pancreatite crônica e exposição prolongada a certos produtos químicos — comuns, por exemplo, na indústria de petróleo e na agricultura.
Há também fatores hereditários, embora em menor proporção. Portadores de mutações genéticas como BRCA1 e BRCA2, associadas ao câncer de mama e ovário, têm risco aumentado para a doença. Síndromes genéticas específicas, como a de Peutz-Jeghers, também entram na lista de predisposição.
O diagnóstico é confirmado por meio de exames de imagem — como tomografia, ultrassom endoscópico ou ressonância — e análise laboratorial, incluindo a dosagem do marcador tumoral CA 19.9. A confirmação definitiva exige biópsia do tecido pancreático.
O tratamento depende do estágio do tumor. Em casos iniciais, a cirurgia pode oferecer chance de cura, mas essa possibilidade é restrita a uma minoria dos pacientes. Radioterapia e quimioterapia são as principais alternativas nos quadros avançados, buscando prolongar a vida e reduzir sintomas.