VÍDEO: Como Lula e Haddad, Paulo Guedes também já defendeu a taxação dos super-ricos

Atualizado em 6 de julho de 2025 às 10:03
Paulo Guedes, ex-ministro da Economia – Foto: Reprodução

Internautas resgataram um vídeo em que o ex-ministro da Economia do então governo Bolsonaro, Paulo Guedes, aparece defendendo publicamente a taxação dos super-ricos.

A fala, feita durante entrevista ao Flow Podcast, voltou à tona após críticas da ala bolsonarista às propostas do atual governo e à derrubada do decreto sobre o reajuste do IOF.

“Você não tem que ter vergonha de ser rico. Você tem que ter vergonha de não pagar imposto”, diz Guedes na ocasião.

O ex-ministro critica o sistema tributário brasileiro e afirma que milionários pagam pouco ou nenhum imposto sobre lucros e dividendos. “Sessenta mil pessoas receberam 300 bilhões e pagaram zero”, afirma.

O vídeo, compartilhado por usuários nas redes, também foi repostado pelo jurista Lenio Luiz Streck, que apontou a contradição nas críticas feitas atualmente à política de taxação progressiva.

O decreto que visava mudanças no IOF foi derrubado após votação na Câmara dos Deputados, presidida atualmente pelo deputado Hugo Motta (Republicanos).

A ação, no entanto, foi suspensa temporariamente pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Alexandre de Moraes também determinou que Executivo e Legislativo se manifestem no prazo de cinco dias, explicando os motivos que levaram o governo a elevar as alíquotas e o Congresso a derrubar os decretos presidenciais.

Paralelo às discussões, um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) demonstra como o atual sistema tributário impacta desproporcionalmente mulheres e negros no Brasil.

A pesquisa, baseada em dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2017-2018 do IBGE, mostra que a estrutura fiscal brasileira reforça desigualdades históricas, com o IOF sendo parte desse problema.

Os dados também revelam que, mesmo entre o 1% mais rico da população, persistem disparidades tributárias. Homens negros nessa faixa pagam proporcionalmente mais impostos que brancos, pois recebem maior parte da renda via salário (sujeito à tributação), enquanto brancos têm mais rendimentos por dividendos (isentos).