
Jair Bolsonaro (PL) teria se irritado com o discurso de Tarcísio de Freitas (Republicanos), feito durante o evento promovido pelo ministro Gilmar Mendes, em Portugal. A interlocutores, segundo informações do colunista Paulo Capelli, do Metrópoles, o ex-presidente afirmou que o governador de São Paulo adotou um tom de “presidenciável”, o que contraria o acordo firmado entre os dois em conversas anteriores.
Nas reuniões reservadas, Tarcísio teria se comprometido a atuar como ponte entre Bolsonaro e ministros do Supremo, especialmente Alexandre de Moraes, buscando reduzir tensões.
A participação no fórum organizado por Gilmar Mendes, conhecido como “Gilmarpalooza”, havia sido avalizada por Bolsonaro com base nessa proposta de articulação.
A postura adotada pelo governador no evento, no entanto, foi interpretada por Bolsonaro como uma tentativa de se lançar ao Planalto. Publicamente, o ex-mandatário, mesmo inelegível, insiste que será candidato em 2026.

Bolsonaro sustenta que é alvo de perseguição por ser o nome mais forte da direita nas pesquisas eleitorais. Assim, quando Tarcísio se apresenta como possível sucessor, o ex-presidente avalia que sua posição se fragiliza tanto política quanto juridicamente.
No fórum, o governador chegou a ser apresentado como “presidenciável” e defendeu uma política externa de neutralidade para o Brasil.
Sabe-se, no entanto, que, nos bastidores, Bolsonaro já cogita uma alternativa para disputar espaço dentro do seu campo político. A eventual candidatura de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, é vista como forma de dividir o protagonismo e manter o controle sobre o eleitorado.