
Walter Delgatti Neto, conhecido como “hacker de Araraquara”, entrou com pedido de progressão de pena para o regime semiaberto. Atualmente, ele cumpre pena no presídio de Tremembé (SP), após ser condenado a 8 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A sentença se refere à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a mando da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Segundo a Procuradoria-Geral da República, entre agosto de 2022 e janeiro de 2023, Delgatti adulterou diversos documentos judiciais com o objetivo de beneficiar politicamente Zambelli. Um dos casos mais graves envolveu a inserção fraudulenta de um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A defesa alega que ele já cumpriu o tempo necessário no regime fechado e apresenta bom comportamento.
O pedido foi apresentado ao Departamento Estadual de Execução Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo e ainda não foi analisado. Se aprovado, Delgatti poderá trabalhar ou estudar durante o dia e retornar à prisão à noite, conforme as regras do semiaberto.

Zambelli também foi condenada na mesma ação a 10 anos de prisão e ao pagamento de R$ 2 milhões em indenizações. A parlamentar, no entanto, está foragida desde que o STF determinou sua prisão. Ela teria deixado o país rumo à Itália, e seu nome foi incluído na lista de procurados da Interpol.
Antes de sua fuga, Zambelli solicitou uma licença de 127 dias do mandato, concedida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Durante sua ausência, o suplente Coronel Tadeu (PL-SP) assumiu a vaga. Apesar da ordem do STF pela perda do mandato, a Mesa Diretora da Câmara abriu processo de cassação, ainda em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A decisão final sobre a progressão de Delgatti dependerá da avaliação do cumprimento dos requisitos legais. Já o desfecho do caso de Zambelli aguarda ações do Legislativo e das autoridades responsáveis por sua captura internacional.