Brasil e China fecham parceria inédita para desenvolver satélite; saiba mais

Atualizado em 8 de julho de 2025 às 23:04
A primeira-dama e o presidente do Brasil, Janja da Silva e Lula, ao lado do presidente chinês e sua esposa, Xi Jinping e Peng Liyuan. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Brasil e a China oficializaram nesta segunda-feira (8) o desenvolvimento conjunto do satélite CBERS-5, o primeiro geoestacionário da história brasileira. O acordo foi assinado durante a cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, em reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang. Segundo o governo brasileiro, a iniciativa representa um marco na cooperação tecnológica entre os dois países.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos, destacou que o CBERS-5 colocará o Brasil entre os menos de dez países no mundo com domínio da tecnologia de satélites geoestacionários. “Será um avanço significativo e uma nova etapa na parceria do programa CBERS”, afirmou.

O equipamento será utilizado para observações meteorológicas e ambientais, com potencial para beneficiar diretamente setores estratégicos como energia, agricultura, planejamento urbano e sustentabilidade. A tecnologia permitirá maior autonomia brasileira na obtenção e análise de dados em tempo real.

Satélite. Foto: Michael Dunning

O satélite também será útil à China, que utilizará os dados gerados para aprimorar seus modelos climáticos e avançar na previsão de fenômenos meteorológicos, com reflexos em suas políticas de desenvolvimento científico e ambiental.

Outro destaque do projeto é a distribuição gratuita dos dados do CBERS-5 para países da América Latina e do Caribe, fortalecendo a cooperação sul-sul e promovendo o uso de tecnologias espaciais em políticas públicas regionais.

O programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) existe desde 1988 e já resultou no lançamento de quatro satélites. Com o CBERS-5, a parceria entre Brasil e China avança para um novo patamar, reforçando a aposta dos países emergentes em autonomia tecnológica.