
O presidente Lula convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (9) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de importação de 50% sobre todos os produtos brasileiros.
A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, foi apresentada por Trump como resposta política ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). A convocação ocorreu no fim da tarde, logo após a divulgação de uma carta de Trump direcionada ao governo brasileiro.
O primeiro a chegar ao Planalto foi o chanceler Mauro Vieira. Em seguida, participaram da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e Rui Costa (Casa Civil). O objetivo central do encontro é discutir uma resposta institucional rápida à ofensiva norte-americana.

Na carta, Trump sugere que a decisão é uma forma de retaliação à postura do Brasil em relação ao ex-presidente Bolsonaro e à aproximação do país com os BRICS. A movimentação de Washington ocorreu poucos dias após o início da cúpula do bloco, sediada no Rio de Janeiro.
Ainda no domingo, o republicano havia ameaçado impor sanções a nações que mantivessem acordos com o grupo. Durante uma reunião com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, Lula reagiu às declarações.
“Não aceitamos nenhuma reclamação contra a reunião do BRICS. Não concordamos quando o presidente dos Estados Unidos insinuou que vai taxar os países que negociarem com o BRICS”, afirmou o presidente brasileiro, sinalizando que a resposta do Planalto será política e diplomática.