Trump tem perfil no Instagram “invadido” por brasileiros e bloqueia comentários

Atualizado em 10 de julho de 2025 às 13:44
Donald Trump, presidente dos EUA, usando o celular. Foto: reprodução

Uma onda de protestos digitais tomou conta das redes sociais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após o anúncio de taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA. Os brasileiros, conhecidos por sua ativa presença online, invadiram o perfil do republicano no Instagram com mensagens como “deixe o Brasil em paz”, “Brasil soberano” e trechos do Hino Nacional. A reação foi tão intensa que a equipe de Trump restringiu os comentários em suas publicações.

“O Brasil não é seu quintal. Só pra você lembrar do nosso hino: ‘Conseguimos conquistar com braço forte’, ‘desafia o nosso peito a própria morte’, ‘gigante pela própria natureza'”, escreveu um usuário. Outros destacaram a soberania nacional: “Você não tem direito sobre o Brasil”.

Embora a maioria das mensagens fosse crítica, alguns apoiadores de Trump também se manifestaram, defendendo a medida como resposta ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que o aliado estaria sendo perseguido pela Justiça.

Veja os comentários: 

Tarifaço contra o Brasil

A decisão de Trump, anunciada na quarta-feira (9), foi justificada em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como resposta ao que chamou de “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres” e à “violação fundamental da liberdade de expressão”. O texto menciona especificamente o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe em 2023, classificando-o como “vergonha internacional”.

Economistas e analistas, no entanto, questionam os argumentos. Paul Krugman, Nobel de Economia, afirmou que “não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos”. Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil há 16 anos, acumulando US$ 90,28 bilhões em vantagem desde 2009.

A taxação afeta produtos como aço, alumínio e commodities agrícolas, setores já pressionados por tarifas anteriores. Entidades industriais e agropecuárias alertaram para riscos aos empregos e à economia brasileira.

Em resposta, Lula reafirmou a soberania nacional: “O Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém”. O governo planeja recorrer à Lei da Reciprocidade Econômica, que permite retaliar medidas protecionistas de outros países.