
Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca e figura central do movimento MAGA (“Make America Great Again”), declarou que, caso o Brasil decida extinguir os processos judiciais nos quais o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu, o governo de Donald Trump retiraria a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada recentemente pela Casa Branca. Com informações do UOL.
De acordo com Bannon, a solução para a disputa seria simples. “Derrubem o caso, derrubamos as tarifas”, afirmou ele, sugerindo que a medida poderia ser uma forma de reverter a sanção econômica imposta a Brasília. Embora Bannon não ocupe cargo oficial no governo de Trump, ele continua a ser um dos conselheiros mais influentes do ex-presidente.
A declaração vem após a publicação de uma carta da Casa Branca, na qual Trump critica o que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro, referindo-se aos processos judiciais como uma “vergonha internacional”. No entanto, o governo brasileiro, liderado por Lula, deixou claro que não cederá a pressões externas.
Em nota oficial, o presidente Lula reafirmou que o sistema judiciário brasileiro é soberano e que “o processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira”, desconsiderando qualquer tentativa de ingerência externa.
A crise diplomática envolvendo as tarifas segue em andamento, com Bannon sugerindo que o governo dos Estados Unidos pode aplicar “mais ações”, incluindo possíveis sanções financeiras contra o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator dos processos contra Bolsonaro.

Até o momento, o pedido de sanções contra Moraes, uma das demandas dos bolsonaristas nos EUA, ainda não foi concretizado. As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros começam a valer em 1º de agosto. Trump justifica a medida alegando que as decisões judiciais no Brasil contra Bolsonaro configuram uma afronta à democracia.
Além disso, a carta de Trump menciona “ordens ilegais e secretas” emitidas pelo STF para retirar conteúdos de usuários americanos de redes sociais, em uma clara alusão ao conflito entre o STF e plataformas como X (antigo Twitter) e Rumble, que enfrentaram dificuldades para cumprir as ordens judiciais brasileiras.
Bannon também desmentiu rumores sobre a influência de Elon Musk, proprietário da rede X, na criação das tarifas. “Musk ficou completamente fora desse ‘loop’ de negociações”, afirmou o ex-assessor de Trump, destacando que o bilionário não tem envolvimento em ações contra o Brasil.
Ele ainda criticou ainda Musk, afirmando que sua atuação política é limitada e que sua preocupação está apenas no lucro, não nas questões políticas envolvendo Bolsonaro ou Trump.