VÍDEO: Ato da esquerda na Paulista tem mais público que o de Bolsonaro, diz USP

Atualizado em 11 de julho de 2025 às 7:11
Manifestantes erguem cartaz contra Donald Trump e Jair Bolsonaro (PL) durante protesto na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Reprodução

O ato organizado por movimentos de esquerda na Avenida Paulista, em São Paulo, na última quinta-feira (10), reuniu mais pessoas do que a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 29 de junho, segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com o Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da USP, o protesto liderado por centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda alcançou o pico de 15,1 mil pessoas às 19h30. Já a manifestação “Justiça Já”, organizada por Bolsonaro, atraiu 12,4 mil pessoas no seu horário de maior público.

Segundo o relatório, essa foi a primeira vez, em um intervalo próximo, que um ato da esquerda superou, em número de participantes, uma manifestação da direita na mesma região. A contagem foi feita com o auxílio de fotos aéreas capturadas por drones e analisadas com software, em parceria com a ONG More in Common.

O protesto desta quinta-feira teve como principais pautas a crítica à taxação imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre exportações brasileiras e a defesa de mais impostos para bilionários e grandes fortunas.

Após mobilizarem as redes sociais com a campanha por “justiça tributária”, os organizadores — entre eles as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) — convocaram o ato para defender a taxação de bilionários, bancos e bets, apelidados de “BBB”.

Durante a manifestação, um boneco do presidente Donald Trump foi queimado em protesto. Os participantes também criticaram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por ter apoiado uma postagem do republicano em defesa de Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Trump mencionou o processo judicial como justificativa para o tarifaço aplicado ao Brasil.

Em resposta, manifestantes gritaram frases como “Cala a boca, Tarcísio” e chamaram o governador de “vira-lata”.

Além da defesa da taxação dos super-ricos, outras demandas incluíram o fim da jornada de trabalho 6×1 e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil — proposta atualmente em análise na Câmara dos Deputados.

O ato começou por volta das 18h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), e ocupou as duas faixas da Avenida Paulista.