Crise com Trump pode levar à prisão de Bolsonaro, diz investigador

Atualizado em 11 de julho de 2025 às 18:55
Donald Trump e Jair Bolsonaro em aperto de mãos, sorrindo para a câmera
Donald Trump, presidente dos EUA, e Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil – Reprodução

A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, impulsionada pela ofensiva de Donald Trump, pode ter desdobramentos diretos na Justiça brasileira. Um investigador da Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia que as ações de Eduardo Bolsonaro em solo americano, associadas ao apoio de Jair Bolsonaro no Brasil, abrem espaço para um pedido de prisão contra ambos. “Outros estão presos por muito menos”, afirmou a fonte, conforme informações da Veja.

Bolsonaro estaria envolvido na articulação internacional que tenta influenciar seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado. As investigações apontam que sua conduta teria corroborado com os atos de Eduardo nos Estados Unidos. Apesar da gravidade, o procurador-geral Paulo Gonet permanece em silêncio até o momento.

Alexandre de Moraes, ministro do STF, afirmou nesta semana que Eduardo atua para “interferir e embaraçar” as investigações. A fala foi interpretada por ministros da Corte como uma sinalização clara de que há elementos suficientes para decretar a prisão do deputado. O clima no Supremo é de expectativa por uma resposta mais rápida da PGR.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes – Foto: Antonio Augusto/STF

Eduardo é investigado pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação penal envolvendo organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Nos bastidores, fontes próximas ao STF afirmam que a ausência de ação imediata decorre da lentidão da PGR, o que estaria postergando uma decisão mais dura.

O filho do ex-presidente também teria atuado em articulações para influenciar a decisão de Donald Trump de anunciar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA. A medida seria uma forma de pressão política contra o governo Lula e o STF.