
O contraventor Vinicius Drumond, filho do falecido bicheiro Luizinho Drumond, sobreviveu a uma tentativa de assassinato na manhã da última sexta-feira (11) na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O ataque ocorreu quando criminosos armados com fuzis dispararam mais de 30 tiros contra seu Porsche Taycan Turbo blindado.
Segundo relatos à polícia, Drumond estava saindo de uma academia no Casa Shopping quando foi seguido por um Honda HR-V azul escuro que se posicionou entre seu carro e o veículo de seus seguranças. Ao emparelhar com o Porsche na pista central da avenida, os atiradores abriram fogo. “Na hora dos disparos deitou completamente o banco do motorista e não viu os tiros”, contou Drumond aos investigadores.
O carro de luxo, avaliado em cerca de R$ 800 mil, ficou crivado de balas do lado do motorista. Apesar da violência do ataque, Drumond conseguiu dirigir até o Hospital Barra D’Or, a 4,3 km do local, onde foi atendido por escoriações leves causadas por estilhaços de vidro e liberado em seguida.
O veículo usado no ataque foi encontrado abandonado em Guaratiba, cerca de duas horas após o ocorrido. A perícia revelou detalhes preocupantes: o Honda HR-V tinha seteiras (aberturas específicas para disparos) meticulosamente cortadas nos vidros laterais, uma na porta dianteira e outra na traseira, permitindo que os criminosos atirassem com precisão enquanto se protegiam.
A polícia estima que pelo menos três homens participaram da ação. O modus operandi, com veículo adaptado e armamento pesado, lembra ataques de facções criminosas.
Após abandonarem o HR-V, os suspeitos possivelmente roubaram uma caminhonete branca para fugir em direção à Baixada Fluminense.
Veja fotos do atentado:
Histórico criminal
Vinicius Drumond herdou do pai uma rede de pontos do jogo do bicho em comunidades como Complexo do Alemão, Maré e Vigário Geral. Atualmente investigado por diversos crimes, ele é apontado pela polícia como envolvido em:
– Esquema de furto de petróleo dos dutos da Petrobras (alvo de operação neste ano);
– Assassinato do empresário Manuel Agostinho Rodrigues de Miranda (ex-aliado do pai);
– Morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo (cujo vigia era um PM ligado a Drumond).
Recentemente anunciado como patrono da escola de samba Em Cima da Hora, Drumond já teve participação na Imperatriz Leopoldinense, hoje presidida por sua irmã, Cátia Drumond.
O atentado reforça a violenta disputa entre famílias de contraventores pelo controle do jogo do bicho no Rio. A Avenida das Américas já foi palco de outros ataques marcantes:
– 1998: Execução de Paulinho de Andrade, filho do bicheiro Castor de Andrade;
– 2010: Bomba no carro de Rogério Andrade, que matou seu filho Diogo;
– 2017: Morte de Haylton Escafura, filho de Piruinha, em motel;
– 2018: Execução de Marcelo Diotti em restaurante;
– 2020: Assassinatos dos bicheiros Bid e Fernando Iggnácio.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga possíveis conexões entre o ataque a Drumond e esses casos anteriores. A polícia busca imagens de câmeras de segurança que possam identificar os executores e mandantes do atentado.