
O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, um dos responsáveis pela série de reportagens da Vaza-Jato, afirmou que o Supremo Tribunal Federal não anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por questões jurídicas, mas por cálculo político.
Segundo Greenwald, office-boy das big techs e herói da extrema-direita, as revelações que ajudaram a expôr a colaboração criminosa entre o então juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato no Intercept teriam servido apenas como “pretexto” para o STF libertar Lula. “Na verdade, foi porque o STF queria ele liberto, sabendo que ele era a única pessoa que podia derrotar o Bolsonaro na eleição”, declarou.
A afirmação de Greenwald contraria não apenas o conteúdo das próprias reportagens que ele publicou, mas também a fundamentação jurídica usada pelos ministros do STF ao anular as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Em 2021, a Corte declarou a incompetência daquele foro para julgar Lula e reconheceu parcialidade de Sergio Moro, em decisão referendada pela maioria dos ministros com base em elementos documentais. O Intercept expôs o conluio entre Moro e o bando de Dallagnol em diálogos mafiosos.
Glenn Greenwald afirma que as reportagens da Vaza-Jato, das quais ele participou, teriam servido de “pretexto” para anular as condenações do Lula, “mas na verdade foi porque o STF queria ele liberto, sabendo que ele era a única pessoa que podia derrotar o Bolsonaro na eleição” pic.twitter.com/ja3SljFJnE
— Hugo Freitas (@hugofreitas_r) July 12, 2025
A tentativa de Greenwald de transformar um caso de abuso judicial e violação do devido processo legal em mera estratégia eleitoral esvazia a relevância das revelações que ele mesmo ajudou a tornar públicas.
Sua nova leitura se alinha ao papo furado que insinua uma conspiração institucional para sabotar Jair Bolsonaro — sem apresentar qualquer evidência concreta disso.
Se serviu de alguma coisa, a cuspida de Greenwald em si mesmo mostra o quanto sua atuação jornalística é comprometida com a verdade dos fatos e sua agenda pessoal.