
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro leu neste sábado (12) uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual critica o governo e propõe diálogo para enfrentar as sanções anunciadas por Donald Trump. O presidente dos EUA impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, justificando a medida com o que chama de “perseguição política” a Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe.
No texto, Michelle afirma que “só ditaduras” sofreram esse tipo de sanção e acusa Lula de agir com “ideologias doentias” e “desejo de vingança”. Ela diz que o presidente poderia evitar as tarifas e pede “lucidez” para restabelecer a paz. A ex-primeira-dama, porém, não menciona anistia nem o processo judicial contra seu marido — pontos falados na carta de Trump enviada a Lula.
“O Brasil está assistindo e esperando um gesto de lucidez que realmente possa trazer paz ao nosso País. É hora de baixar as armas da provocação; cessar os tambores de ofensas e hastear a bandeira do diálogo e da paz”, declarou Michelle.
A declaração contrasta com a de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que defendeu uma “anistia ampla, geral e irrestrita” como solução para a crise. O deputado, atualmente nos EUA, publicou nota em que responsabiliza o Congresso por conter o impasse, ignorando que a medida partiu de Trump. Ele também pede leis que limitem o poder do Judiciário e protejam a liberdade de expressão.
“Cabe ao Congresso liderar esse processo, começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita, seguida de uma nova legislação que garanta a liberdade de expressão — especialmente online — e a responsabilização dos agentes públicos que abusaram do poder. Sem essas medidas urgentes, a situação tende a se agravar — especialmente para certos indivíduos e seus sustentadores. Restam três semanas para evitar um desastre. É hora dos responsáveis colocarem fim a essa aventura autoritária”, escreveu Eduardo.