
No domingo (13), o presidente Lula (PT) determinou a criação de um comitê interministerial para analisar os impactos da nova sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros. O grupo será responsável por ouvir os setores afetados e traçar estratégias para enfrentar a medida, que entra em vigor no dia 1º de agosto.
O mandatário, segundo a Folha, informou aos ministros que também se reunirá pessoalmente com empresários dos setores atingidos. A intenção do presidente é coordenar uma resposta conjunta com base nos dados levantados pelo comitê, que inclui os ministérios da Fazenda, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Representantes da Casa Civil, Secom, Agricultura e outras pastas participaram da reunião no Palácio da Alvorada.
Entre os produtos mais atingidos estão café, carne bovina, laranja, celulose e etanol. Neste último caso, por exemplo, a tarifa subirá de 2,5% para 52,5% com o novo ajuste.
A sobretaxa se aplica a itens que não têm tarifas setoriais, como o aço, que já é taxado em 50%. Atualmente, os produtos brasileiros pagam 10% de sobretaxa, valor que será substituído pela nova alíquota.
O governo quer medir o efeito da medida sobre a economia brasileira e também sobre o mercado americano. Lula afirmou que a defesa da soberania e das instituições nacionais não será negociada, mesmo que as conversas com os Estados Unidos avancem no campo econômico: “A negociação será econômica, mas os princípios não estão em discussão”.
A medida americana veio acompanhada de críticas ao Supremo Tribunal Federal e de exigências para suspender o julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.

Trump também atacou a decisão do STF que obriga plataformas a removerem automaticamente conteúdos criminosos.
Lula tem se posicionado contra essas pressões e reafirmado apoio ao Judiciário.