
Em um momento decisivo do processo que o acusa de tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou nesta segunda-feira (14) uma mensagem dramática nas redes sociais, afirmando que “o sistema” busca “destruí-lo por completo” para depois “alcançar o cidadão comum”. A declaração coincide com o prazo final para a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar suas alegações finais no caso.
“O sistema nunca quis apenas me tirar do caminho. A verdade é mais dura: querem me destruir por completo, eliminar fisicamente, como já tentaram, para que possam, enfim, alcançar você. O cidadão comum. A sua liberdade. A sua fé. A sua família. A sua forma de pensar”, escreveu Bolsonaro em sua conta no X.
O ex-presidente e outros 30 réus respondem pela articulação golpista que teria começado após sua derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
– O sistema nunca quis apenas me tirar do caminho. A verdade é mais dura: querem me destruir por completo – eliminar fisicamente, como já tentaram – para que possam, enfim, alcançar você. O cidadão comum. A sua liberdade. A sua fé. A sua família. A sua forma de pensar. Sem que… pic.twitter.com/pxTlKyeq1A
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 14, 2025
A estratégia de defesa de Bolsonaro tem sido tentar transformar seu processo em uma causa popular, inclusive buscando apoio internacional, como evidenciado pelas recentes tarifas de 50% impostas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, aos produtos brasileiros.
“E se não podem calar com censura, tentam com ameaças, inquéritos, prisão ou até com a morte. Não se enganem: se hoje fazem isso comigo, amanhã será com você”, continuou o ex-presidente em sua publicação, sem mencionar nominalmente qualquer autoridade, incluindo o ministro relator Alexandre de Moraes ou o procurador-geral Paulo Gonet.
As alegações finais da PGR marcam a última etapa processual antes do julgamento em si. Espera-se que o órgão peça a condenação de Bolsonaro por crimes como tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ainda não está claro se a PGR também solicitará a prisão preventiva do ex-presidente antes da sentença.
Especialistas em direito penal apontam que o Código Processual Penal permite a prisão preventiva quando há risco à ordem pública ou à instrução processual, desde que existam provas suficientes do crime e indícios de autoria. O teor das alegações da PGR deve esclarecer nos próximos dias qual será a posição do Ministério Público sobre esse ponto.