VÍDEO – Jovens bolsonaristas choram e dizem que apanharam em congresso da UNE

Atualizado em 17 de julho de 2025 às 17:33
João e Isadora, bolsonaristas expulsos de evento da UNE. Foto: reprodução

A militante de extrema-direita Isadora Viana, presidente nacional da Juventude do Novo, disse que foi agredida física e verbalmente durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune), realizado nesta quinta-feira (17) em Goiânia. A confusão aconteceu após a bolsonarista usar táticas comuns a membros do Movimento Brasil Livre (MBL) no evento para confrontar estudantes de esquerda.

Isadora, que cursa direito na PUC-MG, relatou ter sido impedida de participar do Conune e agredida por uma manifestante. “A gente literalmente foi impedida de entrar e eu fui objetivamente agredida por uma pessoa. Eu fui literalmente atacada por uma menina, que bateu no meu celular, derrubou o meu celular e, logo em seguida, quando eu fui tentar juntar o celular, ela bateu no meu pescoço”, descreveu a estudante enquanto chorava, em entrevista ao Metrópoles.

O caso ocorreu em Goiás, estado onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve quase 60% dos votos no segundo turno das eleições de 2022.

Isadora, que é natural de Santa Catarina, outro reduto bolsonarista, destacou a divergência ideológica, e com a soberba xenofóbica da extrema-direita, argumentou que os alunos deveriam escutá-la por ser de um estado supostamente superior: “A gente sabe como fazer [políticas públicas] e a gente sonha que o Brasil inteiro seja assim [como SC]”. Veja o relato da jovem:

O congresso da UNE, tradicional espaço de debate estudantil, recebeu este ano o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outras autoridades do governo federal. Segundo Isadora, a hostilidade partiu de militantes ligados à esquerda, que não permitiram a entrada de estudantes identificados com a extrema-direita. A militante estava acompanhada de João Fernandes, que vestia uma camiseta estampada com o rosto de Bolsonaro.

João, que é seu colega na PUC-MG, também relatou ter sido hostilizado. Ambos foram orientados por militantes de movimentos sociais a não participarem do evento devido à forte presença petista no local.

Apesar da companhia, Isadora afirmou que não é bolsonarista, mas queria que o evento abrisse espaço ao “contraditório”. “Eles falam que somos provocativos pelo simples fato de estarmos com uma bandeira. Minha bandeira foi puxada, o João que está com a camiseta do Bolsonaro, mas eu sou do partido Novo, acredito muito no Romeu Zema”, disse em referência ao governador bolsonarista de Minas Gerais.

“Esse choro aqui não é da dor no pescoço, é um choro pelo Brasil porque o que está acontecendo é desesperador, é desesperançoso”, afirmou. “Eu sou uma líder que está à frente de muitos jovens de direita, a gente está lutando para continuar acreditando no Brasil, só que infelizmente eles são assim, são agressivos e se negam a enxergar”.