Eduardo Bolsonaro admite que conspiração com Trump mira disputa à Presidência

Atualizado em 18 de julho de 2025 às 6:06
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Em meio à crise diplomática criada entre Brasil e Estados Unidos após o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump aos produtos brasileiros, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) revelou que seu verdadeiro objetivo na articulação com o governo norte-americano é viabilizar sua candidatura à Presidência da República em 2026. A confissão foi feita durante uma live com Paulo Figueiredo, após o Jornal Nacional ter exposto sua presença em reuniões na Casa Branca.

Eduardo reconheceu que a anistia aos bolsonaristas envolvidos nos ataques de 8 de janeiro é uma condição para esse plano. Segundo ele, “para a gente chegar nesse momento, a gente passa pela anistia”, medida que, em sua visão, traria “justiça e paz de espírito” para o país. O deputado ressaltou que pretende debater temas como energia, relações internacionais, geopolítica e segurança pública, caso a anistia avance no Congresso.

Além de condicionar sua candidatura à anistia, Eduardo defendeu a necessidade de reduzir a influência do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o Congresso. Em tom irônico, afirmou que Moraes deveria deixar a Corte e se tornar professor universitário ou embaixador. “Vai pro Irã fazer relações diplomáticas com os Aiatolás”, ironizou.

Eduardo Bolsonaro também justificou os recentes ataques ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como favorito da chamada terceira via para a disputa presidencial. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro disse que o embate com Tarcísio reflete a disputa interna pela liderança da direita em 2026.

Na transmissão, Eduardo afirmou ainda que, caso não tenha sucesso em conseguir a anistia e isolar Moraes, aceitaria disputar a Presidência com o apoio do pai.

“Se não lograrmos êxito, aí eu aceitaria sim o desafio de me candidatar à presidência, podendo retornar para o meu Brasil sem ser preso”, declarou, reforçando que Jair Bolsonaro seria seu guia político.

As declarações de Eduardo escancaram o projeto político do bolsonarismo para 2026, que passa pela anistia, enfrentamento ao STF e rearticulação internacional, especialmente com Trump.